O dólar operou perto da estabilidade ante o euro e a libra, enquanto recuou diante do iene na sessão desta sexta-feira, 27. Dados da economia norte-americana foram avaliados, enquanto permanece a expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na próxima semana. Com perspectivas de manutenção nos juros, a moeda não ganhou impulso, no entanto, as tensões no Oriente Médio, que tiveram novos desdobramentos e a persistência do risco de o conflito se espalhar na região, oferecem perspectivas da busca da moeda americana como segurança. Já entre emergentes, o peso chileno avançou mais de 2% ante o dólar, seguindo a decisão de alta de juros do banco central local na quinta-feira.

O índice DXY caiu 0,04%, aos 106,559 pontos. Ao fim da tarde, o dólar caia a 149,56 ienes, o euro avançava a US$ 1,0570 e a libra tinha baixa a US$ 1,2115.

Para a Capital Economics, apesar de mais uma semana de notícias amplamente positivas, o dólar continuou a oscilar – sugerindo que a sua recuperação desde julho está perdendo força. “Embora o PIB dos EUA no terceiro trimestre tenha registrado um crescimento anualizado de quase 5% e os dados na Europa continuem a pintar um quadro sombrio, além de o Banco Central Europeu (BCE) ter confirmado que o seu ciclo de subida das taxas está no fim, o dólar está praticamente estável face ao euro”, aponta.

Da mesma forma, a queda nos mercados acionários globais esta semana e a atual incerteza em torno do conflito Hamas-Israel não contribuíram muito para fazer subir o dólar face a moedas sensíveis ao risco.

“Isto reforça a nossa sensação de que uma avaliação relativamente otimista das perspectivas nos EUA é agora largamente descontada no dólar, o que significa que seria necessária uma mudança mais substancial – ou uma lacuna ainda maior nas perspectivas econômicas a favor dos EUA, ou uma maior deterioração no sentimento de risco – para impulsionar uma subida a partir daqui”, avalia a consultoria.

Quanto à política monetária, ferramenta de monitoramento do CME Group aponta quase 100% de chance de manutenção dos juros na reunião do Fed de novembro. O cenário mais provável apontado pela ferramenta é que os juros permaneçam na faixa de 5,25% a 5,50% até junho de 2024, quando o mercado prevê corte nas taxas.

O BC do Chile de reduziu sua taxa básica de juros em 50 pontos-base (pb), a 9,00%. No fim da tarde, o dólar era cotado a 908 pesos chilenos, ante 933,75 do final da sessão de ontem. No entanto, a decisão representou uma desaceleração no ritmo de relaxamento monetário. Unânime, o corte também retirou o seu guidance futuro, alegando alta volatilidade nos mercados globais.