17/11/2023 - 18:20
O dólar operou em baixa hoje, encerrando a semana de mais perdas para o DXY desde julho, com a moeda americana pressionada pelas perspectivas para o Federal Reserve (Fed). A desaceleração da inflação nos EUA levou a um panorama no qual a maioria dos analistas não espera novas altas de juros. Já na Argentina, na última sessão antes do segundo turno da eleição presidencial, o dólar operou estável, mas analistas apontam turbulências para o câmbio do país.
O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,42%, aos 103,917 pontos. Ao fim da tarde, o dólar caía a 149,66 ienes, o euro subia a US$ 1,0907 e a libra tinha alta a US$ 1,2457.
O dólar está terminando a semana em desvantagem, com o índice DXY em sua pior semana desde julho, depois que a inflação dos EUA de outubro foi mais suave do que o esperado, aponta a Capital Economics. “Isto reforçou o consenso crescente de que a inflação nos EUA está no caminho certo para regressar ao objetivo e o ciclo de subida das taxas do Fed terminou”, avalia.
No entanto, a Capital Economics afirma: “mantemos a nossa visão de que o dólar e outras moedas de refúgio seguro terão melhor desempenho nos próximos meses, à medida que a narrativa benigna do “pouso suave” dá lugar a uma desaceleração mais pronunciada e, no mínimo, a um susto de recessão nos EUA. Historicamente, o fim dos ciclos de aperto da Fed tem sido acompanhado por abrandamentos econômicos e um dólar mais forte”, diz a consultoria.
Segundo o Eurostat, a inflação da zona do euro subiu a 2,9% em outubro, na taxa anual, simbolizando forte desaceleração. Para a Oxford Economics, a tendência deve permanecer e os preços devem cair abaixo de 2% por volta do terceiro trimestre de 2024. No Reino Unido, o destaque foi a queda inesperada das vendas no varejo, o que renovou expectativas de manutenção nos juros do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e enfraqueceu pontualmente a libra.
Na Argentina, o dólar blue operou estável hoje, a cerca de 950 pesos. No entanto, a Capital Economics avalia que outra grande desvalorização do peso argentino está por vir, provavelmente em breve, independente de quem seja o vencedor da eleição neste domingo.