O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) realizou um estudo com a finalidade de evidenciar as desigualdades no mercado de trabalho brasileiro, resultando em uma previsão sobre quando a igualdade racial poderá ser alcançada, caso as políticas governamentais e as ações das empresas não sejam aceleradas. A estimativa apontou que o cenário do mercado de trabalho do Brasil só deve se tornar mais igualitário por volta de 2190. Isso significa que levará 167 anos, a partir de 2023, para que a oportunidade entre pessoas negras e brancas se equilibre.

Utilizando uma abordagem quali-quanti, combinando métodos qualitativos e quantitativos, o estudo empregou técnicas como revisão de literatura, análise de conteúdo, análise de dados quantitativos, análise de séries temporais e inferências através de modelos econométricos. Fontes de dados como o Censo Demográfico, PNAD Contínua do IBGE, RAIS e CAGED foram essenciais para analisar a dinâmica do mercado de trabalho, levando a conclusões fundamentadas sobre a necessidade de intervenções eficazes.

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A análise usou métodos econômicos e matemáticos para prever quando a igualdade racial poderá ser alcançada com base em dados históricos e análise dos mercados de ESG (Ambiental, Social e Governança) e D&I no Brasil e no mundo, destacando desafios e tendências. Além disso, revisa estudos internacionais e nacionais que mensuram o impacto de ambientes de trabalho diversificados e inclusivos em aspectos como finanças, produtividade e inovação; e, por fim, propõe medidas públicas e privadas para acelerar a igualdade racial no mercado de trabalho brasileiro.

O mercado de Diversidade e Inclusão (D&I) é identificado como um setor de rápido crescimento, atingindo US$ 9 bilhões em 2023 e projetando alcançar US$ 24,3 bilhões em 2030. A crescente conscientização sobre a importância de ambientes de trabalho diversificados e inclusivos está impulsionando essa expansão. Empresas que investem em D&I não apenas contribuem para a justiça social, mas também aumentam a rentabilidade, produtividade, inovação e a capacidade de atrair talentos. “A desigualdade racial persistente no mercado de trabalho brasileiro é um fenômeno estrutural que requer ação imediata e coordenada”, afirma Luana Génot, fundadora e diretora do Instituto Identidades do Brasil. “Este estudo não apenas destaca a urgência de abordar essa disparidade, mas também reforça o papel fundamental das práticas de D&I para criar uma sociedade mais equitativa e ajudar as organizações a atingirem seus objetivos estratégicos”.

Em estudos anteriores desenvolvidos pelo instituto, foi revelado aumento de 1% na diversidade e inclusão nos locais de trabalho resultando em um aumento de 1,46% nas receitas empresariais. Assim como a confirmação de um aumento de 10% na diversidade e inclusão das equipes leva a um aumento médio de quase 4% na produtividade.

O estudo ilustra a necessidade de intensificar esforços para eliminar a desigualdade racial no mercado de trabalho, adotando políticas inclusivas que não apenas beneficiem a sociedade, mas também impulsionam o crescimento econômico e a prosperidade para todos os cidadãos.