12/01/2024 - 18:37
O dólar avançou ante o euro e a libra, em meio a ponderações do mercado sobre o possível diferencial de juros entre o Federal Reserve (Fed) e os pares europeus. Entretanto, a moeda americana permaneceu praticamente estável na semana, após dados dos EUA colocarem em dúvida precificação sobre o momento de início de eventual relaxamento monetário pelo BC americano
No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 144,91 ienes, enquanto o euro tinha queda a US$ 1,0954 e a libra caía a US$ 1,2747. O índice DXY fechou em alta de 0,11%, a 102,404 pontos, e teve avanço marginal de 0,01% na variação semanal.
Como previsto pela Bannockburn, o dólar encerrou este pregão em consolidação contra a maior parte das divisas rivais, enquanto investidores digerem dados macroeconômicos dos Estados Unidos em busca de pistas sobre os próximos passos de política monetária do Fed.
Hoje, dados da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos vieram abaixo das expectativas do mercado e arrefeceram em parte as preocupações provocadas pelos dados de inflação ao consumidor (CPI, em inglês), analisou a Pantheon, em nota.
Para a consultoria, o relatório da inflação de gastos com consumo (PCE, em inglês) será decisivo e pode pressionar os dirigentes do Fed a começar mais cedo o relaxamento monetário, mantendo na mesa a possibilidade de cortes de juros já em março. No horário citado, esta ainda era a probabilidade majoritária (79,5%) precificada pelo mercado, conforme ferramenta de monitoramento do CME Group.
Estrategista de Derivativos de Câmbio Société Generale Research, Olivier Korber avalia que esta precificação “é prematura”, considerando que o núcleo da inflação não deve reduzir rápido o suficiente até março para justificar um corte de juros e que a ata do Fed não mencionou esta opção. Korber prevê que este cenário deve enfraquecer ainda mais o euro no curto prazo, tendo em vista o diferencial de juros.
Ainda no radar, fontes revelaram à Reuters que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve manter projeções de que a inflação oscilará em torno da meta de 2% para os próximos anos, apesar do cenário econômico incerto e riscos geopolíticos.
Em relatório, a Capital Economics alerta que a maior parte das divisas latinas devem cair contra o dólar neste ano e, como resultado, deteriorar o desempenho de ativos no mercado acionário da América Latina, em termos de conversão para o dólar.