O mercado se surpreendeu nesta segunda-feira, 5, com o anúncio da fusão de duas gigantes do varejo no setor de vestuário: a Arezzo e o Grupo Soma, proprietário das marcas Hering, Reserva, Farm, entre outras. 

A fusão dos dois negócios formará uma empresa que pode chegar a R$ 12 bilhões de valor de mercado. 

+Nova empresa fruto da fusão Arezzo-Soma será estruturada sem pressa, diz Alexandre Birman

Para Flavio Conde, analista de investimento da Levante, o anúncio surpreendeu e será positivo para ambas as empresas. 

“Estou vendo essa fusão com muito otimismo, já que as duas empresas são complementares e não competem em nenhum mercado. Estou vendo possibilidade de cross selling muito importante. Por exemplo: a Hering poderá vender calçados, bolsas e acessórios feitos pela fábrica da Arezzo”, explicou. 

É hora de comprar ações? 

Para quem quer investir na marca, a hora é agora. Conde explica que as ações das duas companhias já estavam baratas no final do ano passado e que, após a fusão, tendem a valorizar. 

“As duas são bem baratas e tinha recomendado para os clientes comprarem no final do ano. Mesmo após a valorização depois do anúncio da fusão, ela segue sendo uma boa opção”, acredita. 

Desafios do novo grupo

Um dos maiores desafios do setor de vestuário é fazer frente aos produtos chineses, que hoje chegam com facilidade ao Brasil por meio de e-commerces como a Shein. Conde acredita que esse será um dos desafios da nova companhia, além de estar alinhada com os novos hábitos de consumo. 

“A Hering precisa rentabilizar melhor os produtos que saem das suas fábricas em Santa Catarina. A marca sempre teve um ticket médio baixo e com a competição da China desde camiseta branca até produtos mais caros, ela foi perdendo mercado. Remodelar e fazer não só a produção rodar com custo menor, mas fabricar produtos de ticket médio maior são os desafios”, encerrou.