O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 129,573 bilhões em dezembro, após resultado negativo de R$ 37,270 bilhões de novembro, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 7.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública. O dado de dezembro foi o pior desempenho das contas consolidadas do País para o mês na série histórica do BC, iniciada em 2001. O resultado superou o recorde anterior, de dezembro de 2015, quando houve um rombo de R$ 71,728 bilhões. Em dezembro de 2022, houve déficit primário de R$ 11,813 bilhões.

O resultado primário consolidado de dezembro veio mais negativo que a mediana da pesquisa Projeções Broadcas, que indicava um déficit de R$ 124,350 bilhões. O intervalo das projeções de analistas do mercado financeiro ia de rombo de R$ 133,20 bilhões a déficit de R$ 116,60 bilhões.

No último mês do ano, o resultado fiscal foi composto por um déficit de R$ 127,574 bilhões do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 2,940 bilhões em dezembro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 2,599 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 5,539 bilhões. As empresas estatais registraram superávit de R$ 942 milhões no mês.

Acumulado

As contas do setor público consolidado acumularam um déficit primário de R$ 249,124 bilhões em 2023, o equivalente a 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. Em 2022, o resultado havia sido superavitário em R$ 125,994 bilhões.

O resultado primário consolidado de 2023 veio um pouco pior que a mediana deficitária de R$ 245,250 bilhões apurada pela pesquisa do Projeções Broadcast. O intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ia de rombo de R$ 263,30 bilhões a déficit de R$ 236,10 bilhões.

O déficit fiscal no ano passado ocorreu na esteira do saldo negativo de R$ 264,533 bilhões do Governo Central (2,43% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 17,678 bilhões (0,16% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 27,496 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 9,818 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 2,269 bilhões em 2023.