15/02/2024 - 16:48
O Bitcoin atingiu, na quarta-feira, 14, a maior cotação desde 2021. A principal criptomoeda do mercado ultrapassou o valor de US$ 50 mil novamente e animou o mercado com o que pode ser uma recuperação massiva do ativo.
Cenário macroeconômico dos juros norte-americanos, a aprovação dos ETFs ligados ao bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC) do Federal Reserve (Fed) e o chamado halving do ativo, que vai aumentar a escassez do bitcoin no mercado, podem explicar esse movimento.
+ Receita usa IA para identificar R$ 1 bi em bitcoins não declarados no Imposto de Renda 2023
“A recente subida do Bitcoin reflete uma recuperação impulsionada pela aprovação dos ETFs nos EUA e preocupações com a inflação global. Embora sugira uma possível tendência de alta, o mercado de criptomoedas é volátil e imprevisível”, ponderou o CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalvez.
Maior regulamentação joga a favor da valorização
No início de janeiro a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) norte-americana deu um importante passo para que mais pessoas invistam na principal criptomoeda do mundo. Foi aprovado a Exchange Traded Fund (ETFs) listados em bolsas do país para rastrear o valor do bitcoin. Por conta disso, qualquer pessoa vai poder investir no criptoativo sem necessariamente precisar ter uma carteira digital.
“A regularização e a instituição de ETFs de Bitcoin, que fez com que se torne muito mais seguro, fácil e com que investidores institucionais e fundos possam comprar esse tipo de produto por meio dos ETFs. Isso vai gerar um fluxo crescente de capital que, consequentemente, vai fazer valorizar a moeda”, explicou o economista Bruno Corano.
Halving vai aumentar a escassez da moeda
Outro aspecto que está mexendo com o mercado do bitcoin é o chamado halving da moeda. De quatro em quatro anos o software responsável pela emissão de bitcoins é programado para reduzir em 50% as emissões diárias da moeda. Corano explica que, como a moeda não é emitida por um estado soberano, ela não pode ser emitida sem limite.
“O Bitcoin não é uma moeda; não é como, por exemplo, o real ou o dólar, que ele pode ser impresso cada vez mais. O halving é um evento que está para acontecer daqui a dois meses e consiste em um movimento do aplicativo, do software, em que ele corta 50% das emissões gerando mais escassez. Quando junta a criação dos ETFs, mais fluxo de dinheiro, o halving neste ano, e o fato de o Bitcoin ter caído muito, tudo isso faz com que ele esteja numa curva de subida”, explica.
Luisa Pires, analista de cripto da Levante Investimentos, explica que a oferta da moeda sairá dos atuais 900 bitcoins diários e vai cair para 450. “O preço terá que subir para acomodar a todos. Vimos essa configuração em 2020 e o bitcoin subiu mais de 800% para novos máximos de todos os tempos. Espero que a configuração atual produza um preço de bitcoin mais alto. Provavelmente não será 800%, mas uma nova alta de todos os tempos nos próximos 12 meses parece muito óbvia para ignorar”, apontou.
Cenário também deve influenciar outras criptomoedas
Esse cenário econômico deve influenciar também o preço de outras criptomoedas para cima num futuro próximo. O investidor, no entanto, deve ter cuidado ao entrar nesse mercado.
“Algumas variáveis que impulsionam essa maior rentabilidade impactam a criptoeconomia como um todo, especialmente os avanços regulatórios e uma maior segurança jurídica para adoção e transação desses ativos. Logo, é um ambiente favorável, sim, para outros criptoativos com perfil semelhante ao bitcoin”, encerrou André Vasconcellos, vice-presidente do conselho do Instituto brasileiro de relações com investidores.