15/03/2024 - 17:13
O dólar avançou nesta sexta-feira, 15, ante outras moedas fortes, como o iene e a libra, oscilando bem perto da estabilidade em relação ao euro. Investidores monitoraram indicadores mistos dos Estados Unidos e também sinais para a política monetária, com expectativa pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima quarta-feira.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 149,09 ienes, o euro avançava a US$ 1,0892 e a libra tinha baixa a US$ 1,2740. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,07%, a 103,432 pontos, e na comparação semanal avançou 0,70%.
Na agenda de indicadores, o índice de sentimento do consumidor dos Estados Unidos, elaborado pela Universidade de Michigan, recuou de 76,9 em fevereiro a 76,5 na preliminar de março, quando analistas ouvidos pela FactSet previam 77,4. As expectativas de inflação em 12 meses seguiram em 3,0% e para cinco anos se mantiveram em 2,9%.
A produção industrial do país cresceu 0,1% em fevereiro ante janeiro, ante previsão de estabilidade, mas houve revisão nos dados de janeiro, de recuo de 0,1% para queda de 0,5% ante o mês anterior.
Já o índice de atividade industrial Empire State, do Fed de Nova York, recuou de -2,4 em fevereiro a -20,9 em março, quando analistas previam -8,0.
Havia expectativa pela próxima reunião do Fed. Na quarta-feira, existe ampla expectativa por manutenção dos juros, mas investidores aguardam ajustes na comunicação, com sinais sobre os próximos passos e projeções atualizadas. A expectativa majoritária continua a ser de que o primeiro corte virá em junho, segundo o monitoramento do CME Group.
A Oxford Economics comentava que a perspectiva de política monetária mais dura pelo BC americano se consolidou nos últimos dias, com isso o dólar tinha a semana mais forte em cerca de dois meses, segundo a consultoria.
Já na zona do euro, entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) Gabriel Makhlouf considerou que em junho o cenário deve estar claro o suficiente para permitir política menos restritiva. Boris Vujcic, por sua vez, ponderou que a desaceleração econômica poderia acelerar a queda de juros.
Entre analistas, Robert Sockin, economista global do Citi, disse que um desempenho fraco do PIB da zona do euro poderia fazer o BCE cortar juros cinco vezes neste ano, em 25 pontos-base cada, para apoiar o quadro. Analistas ainda avaliam que o BCE deve sinalizar de forma ampla em abril que o corte de juros virá em junho. Em meio às notícias, o euro oscilou bem perto da estabilidade hoje.
No caso do iene, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) pode elevar juros na próxima semana, segundo reportagens da imprensa local. O BBH comentava, porém, que hoje ao menos a moeda japonesa “dava de ombros” para essa perspectiva, em baixa frente ao dólar.
Entre moedas emergentes, o dólar avançava a 850,9894 pesos argentinos. Na noite de ontem, o Senado barrou um conjunto de projetos do governo Javier Milei, mas para que o Decreto de Necesidade e Urgência (DNU) em pauta não vigore seria preciso que a Câmara dos Deputados também o vetasse.
Ainda não há data prevista para os deputados votarem o tema, mas hoje Milei criticava a postura dos senadores, por suposta obstrução à pauta do governo, além de considerar a derrota esperada, diante da minoria governista no Senado.