O dólar era cotado perto da estabilidade nesta quarta-feira, 27, ante uma cesta de principais pares, diante das expectativas com a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, que podem ajudar a moldar as expectativas para o momento de início do recuo das taxas de juros. A moeda norte-americana, contudo, cedia ante o iene com relatos de uma reunião de emergência de autoridades do Japão para discutir possível intervenção cambial depois que o dólar atingiu a máxima em 34 anos ante a divisa japonesa. Entre emergentes, o peso mexicano marcou máxima ante o dólar desde 2015.

No fim da tarde em Nova York, o dólar cedia 151,35 ienes; o euro recuava a US$ 1,0827 e a libra era cotada em leve alta a US$ 1,2636. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, fechou com ganho de 0,05%, aos 104,348 pontos.

“A liquidação do dólar pós-Fomc durou pouco”, escreveu o analista do Bank of America, Alex Cohen, em nota. Na visão do analista, os aspectos aparentemente brandos vindos do Fed foram igualados ou suplantados por outras ações e comunicações de outros bancos centrais do G-10 (grupo informal que reúne algumas das principais economias desenvolvidas do planeta).

O dólar recuava ante o iene, após subir, brevemente, a 151,97 ienes na virada da noite, um nível que não era visto desde julho de 1990. A escalada desencadeou uma reunião de integrantes do alto escalão no Japão, segundo relataram alguns operadores. O iene foi parcialmente pressionado ainda pelos comentários do membro do conselho do BoJ, Naoki Tamura, na quarta-feira, de que o banco central iria reverter cautelosamente a sua política monetária, uma vez que se espera que um ciclo virtuoso de aumento de salários e preços continue.

O peso mexicano bateu máximas ante o dólar desde 2015 após dados mostrarem resiliência do mercado de trabalho,o que pode deixar o BC mexicano mais cauteloso no ciclo de alívio monetário.

O governo mexicano disse que espera que o orçamento federal do próximo ano inclua um déficit fiscal menor do que o deste ano, em parte como resultado do crescimento econômico e das taxas de juro globais mais baixas.

Em atualização do orçamento de 2024 e previsão para 2025 apresentada nesta quarta-feira ao Congresso, o Ministério das Finanças disse que o déficit fiscal deverá aumentar para 5,9% do Produto Interno Bruto este ano, e depois cair para 3% do PIB em 2025, deixando a dívida em torno de 50% do PIB em ambos os anos.

Na Argentina, o dólar blue cedia a 1.010 pesos no câmbio paralelo, segundo o Ámbito Financiero, após o presidente Javier Milei, anunciar plano de demitir 70 mil servidores em um passo para implementar sua promessa de diminuição da máquina pública. Milei afirmou ainda, em discurso na noite de ontem no IEFA Latam Forum, que não será acelerado o ritmo da desvalorização do peso.