Após três meses de testes, a “4 Day Week Brazil” (semana de trabalho de 4 dias no Brasil), promovida numa parceria com a FGV e o Boston College, uma pesquisa apontou que quase 30% dos trabalhadores que atuam nesse tipo de escala não aceitariam voltar a trabalhar 5 dias por semana por um salário maior. O dado faz parte da primeira pesquisa sobre como tem sido a nova jornada de trabalho nas empresas que participaram do projeto piloto desse tipo de escala no país.

Neste primeiro levantamento, os números revelam ganhos tanto para as 21 empresas que participam da experiência quanto para os trabalhadores. 61,5% das companhias notaram melhoria na execução de projetos e 58,5% obteve mais criatividade na realização das atividades. 

Pelo lado dos trabalhadores, 28,6% afirmaram que não aceitariam um novo emprego para voltar a trabalhar cinco dias por salário nenhum. Além disso, 57,9% afirmam que conseguiram conciliar melhor a vida pessoal e profissional e 50% afirmaram que sintomas de insônia foram reduzidos. 

Para Renata Rivetti, responsável por trazer a iniciativa para o Brasil, os números vão de encontro à transformação do mundo corporativo. “Há muitas empresas que ainda se sentem desorientadas sobre o modelo de trabalho. Com o resultado desta pesquisa, acredito que terão um olhar mais focado no que realmente importa dentro do cenário corporativo”, explica.

Com relação à opinião dos colaboradores sobre o projeto, 44,4% consideram que a semana de quatro dias tem melhorado sua capacidade de cumprir prazos; 33,3% consideram que melhoraram sua capacidade de angariar clientes e 67% dizem que trabalhar um dia a menos reduziu sua ansiedade semanal.

As empresas participantes possuem sedes em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Porto Alegre. Já os segmentos são: saúde, jurídico, comunicação, tecnologia, alimentação e entretenimento.

Para a conclusão deste primeiro relatório, durante o mês de abril foram coletadas 205 respostas.

“Está na hora de assumirmos que essa sociedade que não tem mais tempo para nada não é produtiva e está caminhando para o esgotamento. A semana de quatro dias traz mais produtividade, sustentabilidade humana e qualidade de vida”, finaliza Rivetti.