16/05/2024 - 13:30
A Secretaria de Políticas Econômicas (SPE) do Ministério da Fazenda elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024, de 2,2% para 2,5%, segundo os dados do Boletim Macrofiscal divulgado pela pasta nesta quinta-feira, 16. Para 2025, foi mantida a projeção de expansão de 2,8%.
Já a previsão para a inflação medida pelo IPCA avançou de 3,50% para 3,70% em 2024 e de 3,10% para 3,20% em 2025. A meta estipulada pelo governo para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
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PIB
As projeções do governo seguem mais otimistas que as do mercado, que aposta em uma alta de 2,09% neste ano e 2,00% em 2025, segundo o boletim Focus do Banco Central. Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por uma safra recorde de grãos e forte resultado das indústrias extrativas, com destaque para petróleo e minério de ferro.
Segundo o governo, a melhora da expectativa para o PIB é motivada por maiores contribuições esperadas para o consumo doméstico e para o setor externo.
“Para o avanço nas estimativas de absorção doméstica, contribuíram o crescimento robusto das vendas no varejo e dos serviços prestados às famílias, o aumento na geração líquida de postos de trabalho e a expansão das concessões de crédito. Os sinais de recuperação do investimento, baseados na expansão de indicadores de atividade na construção civil e no crescimento das importações de bens de capitais, também auxiliaram nesse sentido. Para o
setor externo, a perspectiva de maior contribuição reflete a depreciação cambial recente”, destacou o Boletim Macrofiscal.
As novas estimativas, porém, ainda não levam em conta os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul. “A magnitude do impacto depende da ocorrência de novos eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas pelas chuvas”, disse o governo.
Na avaliação da fazenda, o Rio Grande do Sul, com peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro, deverá registrar perdas principalmente no segundo trimestre, “parcialmente compensadas ao longo dos trimestres posteriores”.
IPCA
O aumento nas estimativas para a inflação, segundo o governo, reflete tanto os efeitos da depreciação cambial recente nos preços livres como os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul na oferta e nos preços de produtos in natura, arroz, carnes e aves.
“Os preços desses alimentos devem subir de maneira mais pronunciada nos próximos dois meses, mas parcela relevante desse aumento deve ser devolvida nos meses seguintes, com a normalização da oferta. Apesar do avanço nas estimativas para a inflação cheia em 2024, a projeção para a variação média das cinco principais medidas de núcleo se manteve estável em relação ao projetado em março, em 3,40%”, avaliou.
Fiscal
No Prisma Fiscal de maio, a projeção mediana para o déficit primário de 2024 caiu. De janeiro de 2023 a maio de 2024, a mediana das projeções para o déficit primário de 2024 caiu de R$ 118,6 bilhões para R$ 76,8 bilhões (R$ 82,8 bilhões em março). A mediana das expectativas para Dívida Bruta do Governo Geral em 2024 foi de 77,30%, ante 77,50% no Boletim de março e 82,40% em janeiro.