24/05/2024 - 17:19
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enalteceu o potencial do Brasil como um país produtor no mundo contra o que classificou de baixa autoestima que acompanha os brasileiros. Lula disse que o Brasil não irá produzir hidrogênio verde apenas para exportar e, se os países tiverem interesse no produto, precisarão trazer desenvolvimento.
“O povo brasileiro sempre teve uma autoestima baixa, porque sempre nos induziram a acreditar que tinha alguém melhor lá fora”, disse o presidente da República, durante inauguração de planta de Etanol de Segunda Geração da Raízen nesta sexta-feira, 24, em Guariba (SP). “Nós precisamos acreditar que, de quando em quando, Deus dá oportunidade para nós, a natureza dá oportunidade para nós, e temos que saber se queremos aproveitá-la ou não em nosso benefício ou se queremos pegar aquilo que foi acertado e dar pros outros e continuar pobre.”
Lula comentou que, como presidente da República, está “num time que tem 203 milhões de jogadores”. “Todo santo dia, tenho que acordar levantando a autoestima da minha tropa, dos meus jogadores”, contou. “Digo aos ministros: ‘Não há possibilidade de pessimismo de alguém que mora no País, que tem a competência do Brasil, que já perdeu tantas oportunidades, mas que é o maior produtor de suco de laranja, café, açúcar…”
Com investimento de R$ 1,2 bilhão, a unidade da Raízen é considerada a maior do mundo e tem capacidade estimada de produção de 82 milhões de litros de etanol por ano, em linha com a crescente demanda global por economias de baixo carbono. No discurso, Lula afirmou que irá fazer propaganda no mundo do etanol de segunda geração. “É preciso que o mundo compreenda que este não é um país pequeno.”
O presidente aproveitou o evento para falar que a produção de hidrogênio verde no Brasil não será só para a exportação. “Se quiser, eles venham utilizar energia verde aqui, trazendo emprego para cá, trazendo desenvolvimento para cá”, disse.
Piada sobre bagaço de cana
Lula também fez piada nesta sexta-feira sobre o uso de bagaço de cana, hoje queimado para produzir energia, em ração animal. Ele disse que o subproduto da cadeia sucroalcooleira pode ser bom “se tiver um gostinho de álcool”.
“Vou visitar um monte de bagaço que antes era jogado fora. Um pouquinho daquele bagaço era utilizado para misturar na ração animal. Nem sei se a vaca gostava daquilo, mas eu sei que misturava. Eu não pus na boca, não sei se é bom. Se tiver um gostinho de álcool até que é bom”, brincou o presidente da República.
Lula elogiou engenheiros e empresários brasileiros pela evolução da cadeia produtiva do etanol ao longo dos anos. Também disse que fará propaganda do etanol brasileiro de segunda geração.