27/05/2024 - 10:19
Um ciclone extratropical começa a se formar no Rio Grande do Sul a partir desta segunda-feira, 27, trazendo chuva e vento forte neste começo de semana ao Estado gaúcho que ainda se recupera dos danos provocados pelas fortes tempestades iniciadas no fim de abril, que já deixaram ao menos 169 pessoas mortas e 469 municípios afetados.
Segundo a MetSul, o fenômeno também vai deixar o mar agitado em uma extensa área da costa brasileira com forte ressaca nas praias. A chuva se afasta e o sol começa a aparecer com maior intensidade no Estado gaúcho entre quinta, 30, e sexta-feira, 31.
Apesar do receio, expectativa é que a condição climática melhore posteriormente. “Este tipo de sistema costuma impulsionar ar seco para o Rio Grande do Sul quando começa a se afastar. Por isso, passada a instabilidade deste início de semana, que não vai trazer novas enchentes de rios nos locais já castigados, o ciclone vai garantir vários dias seguidos sem chuva volumosa ou com sol e nuvens, proporcionando a baixa dos níveis de vários rios”, acrescenta a empresa de meteorologia.
As chuvas não devem atingir pontos críticos do Rio Grande do Sul. “O ciclone vai trazer chuva para os três Estados do Sul, mas, felizmente, não se projeta precipitação excessiva sobre as bacias dos rios que enfrentaram cheia, assim a chuva que virá com o sistema não causará um repique significativo de cheia nos rios que cortam os vales, no Jacuí e, por efeito, no Guaíba. Onde mais deve chover é nas bacias dos rios Gravataí, Sinos e nascentes do Caí, mas sem volumes que causem uma grande cheia”, estima a MetSul.
Confira a expectativa do tempo para os próximos dias no RS:
Com a formação do ciclone, o tempo vai se instabilizar em grande parte do Estado gaúcho ainda nesta segunda-feira com chuva e que em alguns pontos deve ser moderada a forte com volumes entre 30 mm e 50 mm em poucas horas em pontos do sul e do leste do Rio Grande do Sul, de acordo com a MetSul.
Na terça-feira, 28, o fenômeno provoca chuva no sul gaúcho no começo do dia, enquanto na maioria das regiões do Estado deve diminuir o risco de precipitação volumosa com o avanço de ar mais seco.
“A circulação de umidade do sistema na costa, porém, ainda traz abundante nebulosidade e pode ter garoa ou chuva fraca em diferentes pontos do Rio Grande do Sul ao longo da terça, intercalada com aberturas de sol em vários locais do estado”, destaca a empresa de meteorologia.
Na quarta-feira, 29, o centro do ciclone estará sobre o Oceano Atlântico mais distante da costa do Sul do Brasil e se afastando do continente. “O sol deve aparecer com nuvens no Estado, mas com momentos de maior nebulosidade. Ainda pode ocorrer chuva ou garoa isolada e passageira”, projeta a MetSul.
Na quinta-feira, a tempestade já estará mais distante da costa e o sol aparecerá com nuvens no Rio Grande do Sul, embora ainda ocorram momentos de maior nebulosidade em diversos pontos do Estado por nuvens baixas ou nevoeiro, especialmente no início do dia, de acordo com a empresa de meteorologia.
Na sexta-feira, o centro de ciclone vai se localizar muito longe do Rio Grande do Sul, no Atlântico, e o território gaúcho terá um dia com sol, nuvens e momentos de maior nebulosidade em que o céu pode ficar nublado ou encoberto em diversas localidades, principalmente no começo do dia.
Rajadas de vento
Na maior parte do Rio Grande do Sul, as rajadas de vento devem ficar entre 30 km/h e 60 km/h. Em Porto Alegre, na média, entre 50 km/h e 70 km/h. No litoral norte, entre 60 km/h e 80 km/h. No sul gaúcho e no litoral sul, as rajadas de vento podem atingir entre 80 km/h e 100 km/h em alguns pontos com marcas isoladamente superiores.
“Fortes a intensas rajadas são previstas ainda na borda da serra perto do litoral no nordeste do Rio Grande do Sul e no planalto sul catarinense com rajadas acima de 100 km/h”, alerta a empresa de meteorologia.
Fortes ressacas marítimas
O ciclone na costa do Sul do País trará significativa agitação marítima, distante da costa, e moderada a forte ressaca nas praias do Sul e do Sudeste do Brasil no decorrer desta semana.
A Marinha do Brasil tem alertas de ondas de até sete metros em mar aberto, longe da costa, na área litorânea do Sul do Brasil e de ressaca nas praias com ondas de até 3,5 metros.
“A ressaca poderá ser suficientemente forte para que o mar tome conta da faixa de areia e possa causar alguns danos em estruturas na beira da praia, como quiosques e calçadão. Em algumas praias do Sul e do Sudeste não protegidas por dunas, o mar pode avançar em ruas perto da praia”, afirma a MetSul.