27/05/2024 - 13:25
O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, afirmou nesta segunda-feira, 27, que definir o nível dos juros neutros no Japão será um desafio “particularmente” difícil no país, em comparação a bancos centrais de outras economias, graças ao período prolongado de política acomodatícia.
“A ausência de movimentos significativos na taxa de juros representa um obstáculo considerável na avaliação da resposta da economia às mudanças”, apontou Ueda, em discurso preparado para a conferência BoJ-IMES.
O presidente do BC japonês disse que o objetivo agora é ancorar novamente as expectativas de inflação dentro da meta de 2%, para alcançar estabilidade de preços de modo “estável” e “sustentável”. “Vamos proceder de modo cuidadoso, como fazem outros bancos centrais com suas ferramentas para alcançar a meta de inflação”, garantiu.
Ueda também reiterou que o BoJ “esgotou” sua alavancagem sobre as taxas de juros de curto prazo como forma de estimular a economia.
Para ele, o Japão saiu da “armadilha de zero inflação” ao quebrar o ciclo de comportamento de preços de empresas, que seguiam uma “natureza intrínseca de expectativas baixas” em que uma empresa não elevava preços ou salários porque acreditava que os concorrentes também não elevariam.