São Paulo, 27 – O euro e a libra se valorizaram ante o dólar, em uma sessão com feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido, que tiraram liquidez também do mercado cambial. No início do dia o quadro chegou a ser de mais estabilidade, mas o dólar perdeu um pouco de fôlego. De qualquer modo, investidores se preparavam para notícias mais importantes ao longo da semana, como declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e, na sexta-feira, a divulgação do índice de preços de gastos com consumo nos EUA.

No fim da tarde desta segunda-feira, 27, em Nova York, o dólar caía a 156,87 ienes, o euro avançava a US$ 1,0861 e a libra tinha alta a US$ 1,2771. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava baixa de 0,13%, a 104,583 pontos.

Na Europa, o índice Ifo de sentimento das empresas se manteve em 89,3 em maio, quando analistas ouvidos pela FactSet previam alta a 90,4. Na avaliação do Commerzbank, o dado “frustrante” sinaliza para estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) alemão no segundo trimestre.

Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) também estiveram no radar no continente. O economista-chefe da instituição, Philip Lane, disse que será apropriado cortar juros na reunião da próxima semana, caso a confiança na desinflação cresça ainda mais. Ao mesmo tempo, ponderou que os próximos passos dependerão de alguns pontos, como o quadro no núcleo da inflação e na demanda. Para Olli Rehn, junho é o momento ideal para começar a reduzir as taxas, enquanto François Villeroy de Galhau via muito espaço para cortes, além de considerar que as expectativa do mercado para o relaxamento monetário estão razoáveis.

Em comentário a clientes, o Erste Group avalia que o ambiente atual sugere que a pressão inflacionária deve diminuir adiante, tanto na zona do euro quanto nos EUA. O banco austríaco acredita ter “muito provável” que o BCE reduza juros em junho, enquanto o Fed “ainda não está pronto”, diante de uma economia ainda robusta em solo americano, que torna a perspectiva para a inflação “muito incerta”. De qualquer modo, o Erste espera “vários cortes de juros pelo BCE e o Fed até o fim deste ano e depois disso.