31/05/2024 - 8:30
Se apenas 10% da população brasileira entre 20 e 64 anos possui previdência privada, a oportunidade para ganhar esse mercado está batendo à porta. Segundo a Fenaprevi, cerca de 11,1 milhões de pessoas dispõem de um plano dessa natureza. O mercado é ainda mais otimista para as entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), que administram ativos de várias empresas, já que o setor é liderado por entidades que gerenciam bilhões de uma única companhia. É neste cenário que a BB Previdência, fundo de pensão multipatrocinado do conglomerado do Banco do Brasil, aumenta as cifras e expande sua carteira: são R$ 8,46 bilhões sob gestão e mais de 300 empresas patrocinadoras e instituidores, que somam mais de 241 mil participantes.
Até o fim deste ano, a instituição quer chegar a R$ 10 bilhões sob gestão e 285 mil participantes. Para isso, a estratégia da BB Previdência é clara: captar mais entes federativos, ao mesmo tempo que fortalece os atuais e projeta atender mais clientes do Banco do Brasil.
Para a instituição, atrair mais estados e municípios para sua carteira não é uma tarefa difícil. Atualmente, a BB Previdência já conta com 261 patrocinadoras no setor, especialmente estados das regiões Norte e Nordeste, que inclui Amazonas, Acre, Pernambuco e Tocantins, e as capitais Vitória (ES) e Campo Grande (MS), entre outras.
O Rio Grande do Norte foi o estado mais recente a ser conquistado pela companhia. Em abril, a BB Previdência venceu o processo licitatório para administrar os ativos do estado e, com isso, registrou um crescimento de 559%, para 261 entes federativos atendidos. Em 2021 eram 39. Segundo Sandro Grando, diretor-presidente da BB Previdência, o Rio Grande do Norte representa um avanço importante. “É a conquista mais recente e também robusta, a estimativa é ter 15 mil participantes apenas no estado nos próximos anos”, afirmou à DINHEIRO.
R$ 8,46 bilhões sob gestão
241 mil participantes
O sucesso nesse segmento deve-se ao BBPrev Brasil, um plano criado a partir da Reforma da Previdência (2019) para atender aos regimes obrigatórios do setor público. No ano passado, foram fechados 59 contratos com entes públicos, um aumento de cerca de 30%. A demanda é proveniente do Regime Previdenciário Complementar (RPC), que regulamentou os valores desse tipo de aposentadoria para os novos servidores.
E, segundo o executivo, o fato de 40% não terem se ajustado às novas normas abre um imenso potencial de mercado. ”No Nordeste e Norte, cerca de 58% e 29%, respectivamente, estão dentro das novas regras. Já no Sudeste e no Sul, a taxa de inserção está próxima de 25%”, disse Grando, diretor-presidente desde janeiro deste ano.
À frente da companhia, o executivo tem como desafio captar mais clientes do Banco do Brasil e a fidelização de contas atuais do setor privado — que incluem:
• Aurora Alimentos,
• Consórcio Magalu,
• Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec).
“Além da continuidade no trabalho e potencializar a divulgação do BBPrev Brasil, temos que fortalecer o relacionamento com o cliente, ter mais proximidade”, afirmou.
SETOR
Os números do setor de previdência complementar são positivos. Segundo a Abrapp, o segmento registra R$ 1,2 trilhão em ativos, alcançando 8 milhões de brasileiros, sendo 3 milhões de participantes ativos e 880 mil que utilizam o benefício atualmente. Com ciclo de queda da taxa Selic — hoje, 10,50% ao ano —, o cenário macroeconômico se torna favorável para os planos de previdência complementar, como os administrados pela BB Previdência.
Uma vez que a carteira de investimento da companhia está posicionada especialmente em títulos públicos vinculados à inflação, além de ativos em renda variável que podem valorizar. No acumulado de 12 meses até março deste ano, a empresa do Banco do Brasil atingiu as suas metas de rentabilidade dos 42 planos administrados, com o retorno consolidado de 12,41% acima do estipulado pela entidade, que era de INPC + 4,10% ao ano. Isso somado a expectativa de que a taxa básica de juros chegue a 9% ao final de 2024, e início de queda na taxa de juros nos Estados Unidos — atualmente em torno de 5% — a partir de setembro, a instituição prevê aumentar as alocações em renda variável no Brasil e no exterior.
De acordo com a empresa, as aplicações em renda variável no País poderão atingir cerca de 10% até um limite de 13%. Já no exterior, se aproximarão de 9%. É impossível ter certeza de tudo o que vai acontecer no futuro, mas diante de um setor repleto de oportunidades, seja pela baixa participação da população ou cenário econômico favorável, o amanhã pode ser mais mais seguro, seja para as entidades ou para quem investe.