03/06/2024 - 10:03
O dólar exibiu alta ante o real nos primeiros negócios desta segunda-feira, 3, com investidores digerindo queda de commodities e a piora nas expectativas de inflação e estimativas para a Selic no boletim Focus, além de IPC-S no teto das estimativas em maio. Por outro lado, o recuo dos retornos dos Treasuries ajudou a empurrar a moeda americana para baixo de forma pontual.
No boletim Focus, a expectativa para a inflação deste ano foi elevada pela quarta semana consecutiva. A projeção de 2024 passou de 3,86% para 3,88%. Um mês antes, a mediana era de 3,72%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,75% para 3,77%, ante 3,64% de um mês atrás. Para 2026, a projeção passou de 3,58% para 3,60%, ante 3,50% de um mês atrás. O indicador desancorou nas duas últimas semanas. A estimativa para Selic no fim de 2024 subiu de 10,00% para 10,25% e para 2025, de 9,00% para 9,18%.
O minério de ferro caiu 2,65% na China e o petróleo exibe ligeira baixa. Na China o PMI industrial da S&P Global/Caixin mostrou avanço a 51,7 em maio, atingindo o maior nível em quase dois anos. O dado de atividade contrasta com o PMI oficial de manufatura da China, que ficou abaixo de 50 no mês passado, indicando contração no setor. Neste domingo, a Opep+ anunciou um acordo provisório que prevê a extensão dos cortes vigentes na produção de petróleo até o mês de setembro.
Mas a moeda americana ante o real chegou a cair de forma pontual, refletindo perdas da curva de rendimento dos Treasuries e também do índice DXY do dólar ante outras seis divisas principais, em meio a expectativas pelo PMI industrial dos EUA. Na sexta-feira, 31, o resultado mais fraco do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), a medida de inflação preferida do Fed, apoiou expectativas de início de corte de juros em setembro. O indicador subiu 0,3% em abril, na comparação com março, em linha com o consenso do mercado, mas o núcleo do PCE subiu 0,2%, contra um consenso de 0,3%. Além disso, uma realização de lucros é considerada natural no câmbio, após o dólar acumular ganhos ante o real na sexta-feira (+0,81%) e em maio (+1,13%).
O mercado monitora nesta segunda uma nova rodada de reuniões de diretores do Banco Central com economistas ao longo do dia, com as presenças de Diogo Guillen (Política Econômica) e de Ailton De Aquino (Fiscalização).
Ao longo da semana, ficam no radar o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que será publicado nesta terça-feira, 4, além da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, 6, e o relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, de maio, na sexta-feira, 7.
Na Europa, as bolsas avançam, enquanto o euro recua ante o dólar com expectativas de que o BCE poderá iniciar o corte de juros, de 25 pontos-base, a 3,75% ao ano, nesta semana, após dados de atividade na região que não comprometem essa possibilidade. O euro teve mínimas intradia mais cedo, reagindo ao PMI industrial da zona do euro, que subiu em maio, mas ficou um pouco abaixo da leitura inicial.
ÀS 9h49, o dólar à vista subia 0,08%, a R$ 5,2534. O dólar para julho ganhava 0,08%, a R$ 5,2650.