05/06/2024 - 19:22
Estão faltando doses das vacinas contra a dengue e covid-19 na cidade de São Paulo, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde. Para lidar com a situação, o órgão público enviou nesta terça-feira, 4, um ofício ao Ministério da Saúde solicitando o envio de novas doses dos dois tipos de imunizante.
Em nota, a Secretaria Municipal explicou que recebeu, em abril, um lote de 177.679 remessas de Qdenga, a vacina contra a dengue, encaminhado pelo Ministério da Saúde, para a aplicação da primeira dose do imunizante. No entanto, o município precisa imunizar uma estimativa de 800 mil crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos na cidade, população prioritária para a vacinação.
Para suprir a demanda, antes da chegada do lote federal, a cidade já havia buscado 8 mil doses em Mogi das Cruzes, SP. Somando tudo, até esta terça-feira, 4, a capital já havia aplicado mais de 176 mil doses. No momento, restam cerca de 7 mil doses do imunizante contra a dengue. Isso significa que cerca de 22% do público-alvo foi contemplado.
Com relação às vacinas contra a covid-19, o município conta com 40 mil doses atualmente. “Nos dois casos, são estoques insuficientes para atender à demanda da cidade de São Paulo”, afirma a secretaria.
Em julho, São Paulo deve dar início à distribuição da segunda dose das vacinas contra a dengue, que também deverão ser encaminhadas pelo Ministério. Esse é um dos temas do ofício enviado pela secretaria municipal, que teme não receber doses suficientes completar o esquema vacinal de quem já recebeu a primeira dose.
Para quem deseja se vacinar contra o coronavírus, a dengue ou a gripe, é possível checar, em tempo real, a disponibilidade das doses pelo site De olho na fila.
O que diz o Ministério
O Ministério da Saúde confirma o recebimento do ofício e destaca que as doses da vacina da dengue estão sendo distribuídas de forma parcelada, seguindo a entrega do laboratório produtor. Já as vacinas da covid-19, estão sendo fornecidas semanalmente.
“O esquema vacinal para dengue é de duas doses, com intervalo de três meses entre as doses. Portanto, como São Paulo começou a receber no final de março, ainda não está no momento para aplicar a segunda dose”, informa.
Sobre os imunizantes contra a dengue, o Ministério da Saúde afirma, ainda, que adquiriu todo o estoque disponível de vacinas do fabricante – 5,2 milhões de doses, entregues entre fevereiro e novembro de 2024 em todo o país. Segundo a pasta, a quantidade adquirida está limitada à capacidade operacional e logística do laboratório produtor.
O Ministério afirma, ainda, que já foram enviadas 738.221 doses para o Estado de São Paulo. Dessas, 185 mil foram da terceira remessa, do dia 4 de abril de 2024. O órgão federal afirma que dados lançados na Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS) mostram que, até o dia 2 de junho de 2024, o município de São Paulo havia aplicado cerca de 50 mil doses.
A pasta também destaca que, como a distribuição é limitada à capacidade de operacional do laboratório fabricante, há critérios de seleção para distribuição das doses do imunizante contra a dengue, que incluem municípios de grande porte, com população igual ou superior a 100 mil habitantes, baseando-se na incidência média de casos nos últimos dez anos, priorizando os com predominância do sorotipo DENV-2 e maior número de casos no monitoramento entre as semanas de 2 de julho de 2023 e 13 de janeiro de 2024.
Já sobre a vacina da covid-19, a pasta informa que enviou, até o momento, 561.585 doses do imunizante para o Estado de São Paulo. O Ministério ressalta que cada governo estadual é responsável por redistribuir o imunizante a seus municípios.
O que diz a Secretaria do Estado
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) afirma que, até o momento, recebeu do Ministério 526,1 mil doses da vacina contra a dengue, e as encaminhou aos municípios definidos pelo órgão federal para a campanha de imunização.
Em nota, a SES-SP esclarece que ainda aguarda a chegada de outras 212,1 mil doses do MS para o Estado de São Paulo, prevista para esta semana. Segundo a instância, tão logo isso ocorra, os municípios contemplados pela União receberão o imunizante.
“A aquisição das vacinas, bem como a definição dos municípios contemplados e das quantidades para cada cidade, cabe exclusivamente ao Ministério da Saúde”, completa no texto.