Como uma empresa que trabalha essencialmente com produtos à base de borracha poderia falar em sustentabilidade e ESG? A Vulcabras topou o desafio. A fabricante de tênis de corrida e artigos esportivos ampliou seus processos de economia circular nas unidades produtivas de Horizonte (CE) e Itapetinga (BA), além de seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Parobé (RS), as quais resultaram em uma significativa redução de insumos e reaproveitamento de resíduos, culminando na diminuição de 1.443,9 toneladas de CO2 equivalente (CO2e) em 2023, na comparação com 2022.

Para alcançar esses resultados, a Vulcabras implementou uma série de ações conduzidas por uma equipe multidisciplinar que identificou oportunidades de reutilização de materiais e aprimorou os processos de coleta, visando maior eficiência e conformidade ambiental. Foram realizados treinamentos sobre coleta seletiva e destinação de resíduos para os colaboradores envolvidos no processo produtivo, totalizando mais de 4.000 horas/homem em 2023. Esse investimento em capacitação refletiu positivamente tanto no meio ambiente quanto na operação da empresa.

Thaiany Assad lembra que a calçadista foi a primeira do Brasil a utilizar energia eólica na produção de 100% de seus calçados (Crédito:Carlos Galante)

Para Thaiany Assad, diretora de Comunicação Corporativa e ESG da Vulcabras, um dos principais esforços da companhia foi o reaproveitamento das sobras de EVA (etileno-vinil-acetato), material utilizado na fabricação de tênis.

A empresa fabrica os calçados da marca Olympikus e representa no País as estrangeiras Mizuno e Under Armour. Essa prática evitou o descarte de 679 toneladas de EVA em 2023, resultando na não emissão de 1.018,5 toneladas de CO2e. O foco na redução de resíduos e uso eficiente de matéria-prima destaca o compromisso da empresa com a sustentabilidade.

Além disso, a Vulcabras aumentou em 33% a quantidade de plástico reintroduzido em sua cadeia produtiva em 2023, comparado a 2022. Com isso, 133 toneladas de plástico deixaram de ser descartadas, evitando a emissão de mais 239,4 toneladas de CO2e.

A ambição da empresa, segundo Assad, é de zerar a disposição de resíduos industriais em aterros sanitários, alcançando 100% de reaproveitamento ou coprocessamento na unidade da Bahia e 80% na unidade do Ceará. Essas práticas estão alinhadas ao compromisso de gestão responsável de resíduos e a transição para uma economia mais circular e de baixo carbono. Em 2023, reduziu em 44% o volume de resíduos enviados para aterros sanitários em comparação com 2022.

Mais de 4 mil horas/homem foram investidas no treinamento dos colaboradores envolvidos no processo produtivo (Crédito:Divulgação )

“A Vulcabras sempre teve como objetivo construir um país melhor através do esporte”, afirmou Thaiany Assad. Em outubro de 2022, a empresa se tornou a primeira calçadista brasileira a utilizar energia eólica na produção de 100% de seus calçados. A parceria com a Casa dos Ventos garantiu que as fábricas de Horizonte e Itapetinga fossem abastecidas pelo complexo eólico Rio do Vento, no Rio Grande do Norte. Essa mudança evitou a emissão de 15 mil toneladas de CO2 na atmosfera, equivalente ao plantio de 67 mil árvores.

Todas as unidades fabris da Vulcabras tratam 100% dos seus efluentes. Na unidade de Horizonte, a Estação de Tratamento de Efluentes transforma o esgoto em água limpa, utilizada na irrigação, limpeza de áreas comuns e nos sanitários, reduzindo o consumo de água.

FUTURO

A Vulcabras se diz comprometida em inovar e buscar práticas sustentáveis que minimizem o impacto ambiental de suas operações. A diretora da empresa afirmou que planeja expandir ainda mais seus processos de economia circular e aumentar a eficiência no uso de recursos naturais, fortalecendo seu papel na transição para uma economia de baixo carbono.