19/06/2024 - 15:11
A Nvidia superou a Microsoft como a empresa mais valiosa do mundo na bolsa de valores na terça-feira, 18. O foco estratégico em IA tem gerado um forte impacto no mercado, impulsionando o valor da companhia e consolidando sua posição no setor de tecnologia.
Na terça, a principal fabricante de chips de memória atingiu um valor de mercado de US$ 3,33 trilhões, um crescimento de mais de US$ 2 trilhões em relação ao final de 2023, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria.
Isso significa um crescimento maior do que o de todas as cinco Big Techs juntas no mesmo período. Apple, Microsoft, Alphabet (dona do Google), Amazon e Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) cresceram US$ 1,91 trilhão em 2024.
Confira a seguir cinco pontos-chave sobre o mais valiosa do mundo:
A GPU, a arma absoluta da Nvidia
Por trás dessa sigla esconde-se o motor da nova geração da IA generativa, capaz de criar textos, música, imagens e vídeos sob demanda em linguagem comum, como o ChatGPT.
A unidade de processamento gráfico (GPU, na sigla em inglês), ou placa gráfica, funciona como uma unidade de cálculo muito mais rápida e potente que um microprocessador clássico CPU. Hoje é indispensável para administrar em tempo real os pedidos dos usuários de IA generativa.
Demanda enorme
Principal produto da Nvidia, o H100, é de longe o microchip mais demandado do setor e custa dezenas de milhares de dólares por unidade.
“Os GPUs são mais difíceis de encontrar do que drogas”, ironizou no ano passado Elon Musk, fundador da Tesla, em um evento organizado pelo Wall Street Journal.
Segundo a empresa especializada TrendForce, o ChatGPT requer cerca de 30 mil GPUs para funcionar.
O Google, para a informática em nuvem, ou “cloud”, é um grande consumidor dos processadores da Nvidia, assim como a Amazon e a Microsoft.
Videogames e data centers
Em 1993, Jen-Hsun Huang, que hoje é conhecido pelo nome Jensen Huang, fundou com dois sócios a Nvidia, primeira empresa completamente dedicada às placas gráficas, visando o mercado de videogames.
A Nvidia lançou sua primeira GPU em 1999, com o boom da internet, e desenvolveu produtos para “data centers”, infraestruturas deslocalizadas que permitem a uma empresa obter uma potência de processamento de dados reservada até então a pesquisadores ou grandes empresas tecnológicas.
Longe de seus concorrentes
As duas principais concorrentes da Nvidia no mercado de placas gráficas são duas empresas americanas: AMD (Advanced Micro Devices) e Intel.
Mas, segundo a consultora Jon Peddie Research, a Nvidia produziu 88% das GPUs autônomas entregues no mundo no primeiro trimestre de 2024.
A Nvidia concebe seus processadores, mas não os fabrica em um local próprio, assim como fazem a AMD ou a Apple. A maior parte de seus produtos é fabricada pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, ou TSMC, referência mundial nesse setor.
Um chefe atípico
Nascido em Taiwan, Jensen Huang é um empresário atípico, de modos diretos e aparência descontraída. Assim como o look clássico composto por calça jeans e camiseta preta de gola alta eternizado por Steve Jobs, co-fundador da Apple, as roupas de couro que Huang frequentemente usa durante suas apresentações tornaram-se uma marca registrada.
Ele é partidário da “tolerância ao risco” e propenso a que uma empresa “seja suficientemente flexível para mudar de trajetória rapidamente”.
Pouco depois do nascimento da Nvidia, o grupo desistiu de um contrato com os fabricantes dos famosos consoles Sega, para se reorientar a um novo processador capaz de competir no mercado de computadores pessoais (PCs). Nessa mudança, a empresa quase faliu.