Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michelle Bowman afirmou nesta terça-feira, 25, que “está cautelosa” sobre futuras alterações da política monetária e que não acredita que este é o “momento certo” para começar a relaxar as taxas de juros. Para ela, os riscos relacionados a flexibilizar os juros “cedo ou rápido demais” permanecem e podem provocar nova aceleração da inflação, exigindo novo aperto da política monetária.

Bowman reiterou que somente os dados serão capazes de definir se os juros estão suficiente restritivos no nível atual, entre 5,25% a 5,50%, e por quanto tempo será necessário mantê-los para baixar a inflação para a meta de 2%. “Se os dados mostrarem queda sustentada da inflação rumo à meta, será apropriado reduzir juros gradualmente”, reconheceu.

No entanto, a diretora do Fed destacou que a inflação segue elevada e mercado de trabalho ainda está apertado nos EUA, com riscos de alta para os preços e para a demanda. “Continuo disposta a retomar alta de juros se inflação estagnar ou reverter progresso”, pontuou a dirigente, que vota nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

Bowman ainda observou que este cenário provavelmente levará a política monetária dos EUA a divergir de outras economias desenvolvidas. Segundo ela, BCs de outras economias avançadas podem relaxar juros mais cedo e mais rápido, graças ao crescimento fraco e trajetória favorável da inflação.