Os argentinos, amantes da carne bovina, estão reduzindo o consumo de bifes e assados à medida que a economia do país despenca, o que significa que o consumo provavelmente atingirá uma mínima histórica este ano, segundo um relatório de mercado publicado na sexta-feira, 5.

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O consumo de carne bovina na Argentina em 2024 deverá totalizar cerca de 44,8 kg per capita, o menor valor desde que os registros começaram a ser feitos em 1914, informou a Bolsa de Comércio de Rosário, que publica atualizações de mercado para grãos e gado. A média histórica é de quase 73 kg.

A economia do país sul-americano foi duramente atingida por uma inflação de três dígitos, uma recessão e o aumento da pobreza e do desemprego.

O presidente libertário Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro, implementou medidas de austeridade para controlar os gastos do governo. Ele também pôs fim ao congelamento dos preços da carne bovina imposto pelo governo anterior.

As tendências de longo prazo mostram que a população está se voltando cada vez mais para alternativas mais baratas, como frango e carne de porco.

Em 2024, quase 2 kg de carnes alternativas poderão ser comprados pelo preço de 1 kg de carne bovina, segundo o relatório.

No entanto, este ano, todo o consumo de carne deverá cair 9% em relação ao ano passado, atingindo o nível mais baixo desde 2011, segundo a bolsa.

Com a queda do consumo interno, os produtores estão cada vez mais enviando sua carne bovina para o exterior, segundo um relatório separado da bolsa publicado na sexta-feira.

Os volumes de exportação de janeiro a maio deste ano aumentaram 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar de comer menos carne bovina, os argentinos ainda consomem muito mais do que os americanos, que consomem uma média de 38 kg por ano, os australianos, 27 kg, e os chilenos, 26 kg, acrescentou a bolsa.