05/07/2024 - 17:28
O dólar operou em queda ante a maioria das moedas nesta sexta-feira, 5, pressionado pela divulgação do payroll de junho nos Estados Unidos, que apresentou um cenário de debilidade na atividade do país, e que abre espaço para um corte de juros do Federal Reserve (Fed) em alguma das reuniões deste ano. Já a libra avançou ainda sustentada pelo resultado das eleições parlamentares do Reino Unido, que levaram os trabalhistas ao poder após 14 anos de governos conservadores.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 160,75 ienes, o euro subia a US$ 1,0842 e a libra valorizava a US$ 1,2816. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, tinha queda de 0,24%, a 104,875 pontos, menor nível em três semanas.
Mais evidências de abrandamento da economia dos EUA a partir da divulgação de dados – nomeadamente, os dados do inquérito ISM e o relatório de emprego de junho – pesaram sobre os rendimentos do Treasuries e deixaram o dólar mais fraco face à maioria das principais moedas durante a semana, aponta a Capital Economia. As notícias relacionadas com as eleições nos mercados desenvolvidos (incluindo a crescente incerteza sobre as eleições nos EUA) parecem ter tido pouco impacto nos mercados cambiais, sugere a consultoria.
“Nossa opinião continua a de que as disparidades de rendimento serão provavelmente o principal impulsionador do dólar e irão deixá-lo limitado em relação à maioria das moedas. Os dados de inflação da próxima semana provenientes dos EUA provavelmente reforçarão que os aumentos das taxas por parte do Fed estão fora de questão e não constituem mais um risco ascendente para o dólar”, afirma. “Em vez disso, o principal risco emergente para o dólar parece agora ser o enfraquecimento da economia, empurrando os rendimentos dos títulos do Tesouro ainda mais para baixo do que esperamos, mesmo que possa beneficiar de uma oferta de refúgio seguro de curta duração se os ativos arriscados vacilarem”, conclui.
Sobre o Reino Unido, o ING espera poucas mudanças na trajetória fiscal, e, com a ausência de mudanças sísmicas nas finanças públicas, espera que o Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) possa prosseguir com o trabalho de redução das taxas de juros. Para o banco, as restrições orçamentais que o novo governo irá enfrentar sugerem um enfraquecimento dos fundamentos econômicos da libra e alguma pressão de depreciação. “O nosso apelo continua a ser uma mudança para US$ 1,25, graças à flexibilização do BoE. Os riscos decorrem principalmente de um dólar potencialmente mais fraco, devido a dados mais fracos dos EUA”, conclui.