29/07/2024 - 18:36
O grupo consultivo macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) manteve sua projeção para o nível da Selic ao final deste ano, em 10,5%.
Já a estimativa do grupo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 foi revisada para cima, de 3,9% para 4,0%, ficando mais distante do centro da meta (3%) e próxima do teto (4,5%) estipulado para este ano.
“As chances de corte dos juros americanos neste semestre aumentaram e, quando isso acontecer, haverá redução na pressão sobre a curva de juros nos mercados emergentes. No entanto, existem dúvidas sobre a trajetória da Selic devido ao quadro fiscal e à inflação, que ainda permanece acima do centro da meta”, afirma em nota David Beker, vice-presidente do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima.
Os economistas da Anbima entendem que indicadores dos Estados Unidos mostraram desaceleração da inflação, aumentando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) inicie o afrouxamento monetário a partir de setembro.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 5,20 para R$ 5,30 em razão, principalmente, das incertezas domésticas sobre a política fiscal e a inflação.
Já a projeção de crescimento do PIB ficou praticamente estável, variando de 2,20% para 2,25%.
Na análise da política fiscal, a previsão para o déficit primário de 2024 foi reduzida de 0,70% para 0,63% do PIB, reflexo das medidas de bloqueio e contingenciamento anunciadas recentemente pelo governo federal. Já a estimativa para a dívida bruta do setor público passou de 77,6% do PIB para 77,7%.
O Grupo Consultivo Macroeconômico é formado por 25 economistas de instituições associadas à Anbima. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.