13/08/2024 - 20:54
A Tupy, empresa de bens de capital e fabricante de motores e geradores de energia, registrou lucro líquido de R$ 18 milhões no segundo trimestre de 2024, valor 70% menor na comparação com igual intervalo do ano anterior, conforme balanço da empresa divulgado nesta terça-feira, 13.
Segundo a companhia, o resultado do período refletiu o impacto da variação cambial na marcação a mercado de instrumentos derivativos, no valor de R$ 168 milhões, além do efeito da apreciação do peso mexicano sobre a base tributária em moeda estrangeira, em R$ 66 milhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Tupy somou R$ 395 milhões, alta de 19% na comparação anual. O indicador, que alcançou o maior valor já registrado pela companhia, é decorrente das sinergias e medidas para redução de custos e despesas, que mitigaram o efeito negativo da queda de volumes comercializados.
A receita líquida da Tupy, por sua vez, foi de R$ 2,8 bilhões, 5% menor na comparação anual, influenciada pela queda no volume de vendas.
Segundo o presidente da Tupy, Fernando de Rizzo, a companhia conseguiu avançar na execução de sua agenda estratégica de fortalecer a eficiência operacional, reduzir custos e alcançar as sinergias planejadas. “Também temos atraído novos contratos, com muito valor agregado e crescimento em novos negócios vinculados ao agro brasileiro e no setor de reposição”, afirmou o executivo.
Com forte atuação nas Américas e na Europa,a Tupy realiza a fundição e a usinagem de ferro fundido para desenvolver componentes estruturais como blocos, cabeçotes de motor, peças de engenharia, entre outros. Em 2022, a empresa comprou a MWM, reconhecida fabricante de motores a diesel e geradores de energia.
A dívida líquida da Tupy no período foi de R$ 2,4 bilhões, estável na comparação com o apurado ao final de março. A alavancagem, por sua vez, ficou em 1,84 vez ao final do segundo trimestre.
Nova parceria
A Tupy anunciou hoje um acordo feito com a Volkswagen para ficar responsável pela produção e fornecimento de produtos para caminhões pesados das linhas Meteor e Constellation. O contrato estabelece que a companhia passará a fundir, usinar e montar os cabeçotes utilizados no motor MAN D26, operação que até então era realizada na Alemanha.
O acordo firmado abrange a localização, gestão operacional e manufatura dos cabeçotes e motores D26 de 13 litros. “Acreditamos que a indústria brasileira é competitiva e tem capacidade para atrair cada vez mais a localização da produção. Para isso, investimos continuamente em pesquisa, desenvolvimento, na eficiência operacional e conhecimento técnico da equipe”, destaca Rizzo.
Em fato relevante, a empresa comenta que a parceria reflete a estratégia de ofertar produtos de maior valor agregado. A produção está prevista para 2025 e a estimativa é que, ao alcançar todo o potencial contratado, a companhia consiga gerar receitas adicionais de R$ 200 milhões por ano.