O piloto e empresário José Luiz Felício Filho, o comandante Felício, presidente da Voepass, empresa aérea dona do avião que se acidentou em Vinhedo na sexta-feira, 9, causando a morte de 62 pessoas, falou pela primeira vez publicamente sobre o acidente nesta terça-feira, 13. Em vídeo de 2 minutos e 42 segundos divulgado pela empresa, ele lamentou as mortes, afirmou que a empresa está oferecendo assistência às famílias das vítimas e disse que a vida dos passageiros e tripulantes é “a prioridade número um” da Voepass.

“Desde que assumi a presidência dessa empresa, em 2004, sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos”, disse Felício Filho. Até então, quem havia se manifestado publicamente em nome da empresa eram o CEO, Eduardo Busch, e o diretor de operações, Marcel Moura.

“Quero começar expressando mais uma vez toda minha solidariedade às pessoas que estão sofrendo neste momento de profunda dor. (…) Como presidente e cofundador dessa empresa, estou aqui para dizer que é um momento de grande pesar para todos nós da família Voepass. Toda nossa equipe está voltada para garantir a assistência irrestrita aos familiares das vítimas. Não estamos medindo esforços logísticos e operacionais para que todos recebam nosso efetivo apoio neste momento”, afirmou Felício Filho.

“O apoio emocional é também nossa prioridade. Temos um grupo de psicólogos e médicos no centro de acolhimento às famílias que montamos em São Paulo, além de psicólogos disponíveis em outros centros do País. Também uma equipe de voluntários está em constante contato com os familiares, com o objetivo de identificar necessidades e trazer rápidas soluções. Eu e minha equipe estamos realizando reuniões diárias com os familiares e criamos também um canal exclusivo de comunicação para que todos tenham acesso de forma correta, transparente e objetiva, a qualquer momento”, seguiu o presidente da companhia.

“Gostaria de reafirmar aqui o que já tive oportunidade de dizer algumas vezes: sou piloto há mais de 30 anos e hoje, o comandante mais antigo dessa empresa. Vim de uma origem de transportadores, e desde que assumi a presidência dessa empresa, em 2004, sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos. A vida dos nossos passageiros, assim como dos nossos tripulantes, sempre foi e continuará sendo nossa prioridade número um “, concluiu Felício.

A queda do avião da Voepass é o acidente aéreo em solo brasileiro com mais vítimas desde 2007, quando uma tragédia com uma aeronave da TAM deixou 199 mortos.

A causa ainda será investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). As duas caixas-pretas do avião foram encontradas e o piloto não havia comunicado emergência aos órgãos de controle, conforme a FAB.

Especialistas acreditam que as condições climáticas podem ter contribuído para o desastre. Imagens mostram a aeronave cair em giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação. Esse é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. A perda de sustentação pode estar associada à formação de gelo nas asas da aeronave.