O dólar tinha leve queda nesta quarta-feira, à medida que investidores reagiam a dados de inflação nos Estados Unidos que vieram em linha com o esperado por analistas, o que gerava pouca volatilidade em mercados emergentes, como o Brasil.

Às 9h53, o dólar à vista caía 0,18%, a 5,4391 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,13%, a 5,461 reais na venda. Veja cotações.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia em queda de 0,90%, cotado a 5,4491 reais, atingindo a menor cotação de fechamento desde 16 de julho.

Nesta manhã, investidores de todo o mundo analisavam dados da inflação ao consumidor nos EUA em busca de indícios sobre a trajetória dos preços no país e as implicações para a política monetária do Federal Reserve.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou que seu índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% na base mensal em julho, mesmo valor esperado por economistas em pesquisa da Reuters, ante queda de 0,1% no mês anterior.

Em 12 meses, o índice chegou a uma alta de 2,9%, um pouco abaixo da projeção de 3% dos analistas e aproximando-se mais da meta de 2% do Fed, após registrar um ganho de 3% em junho.

O resultado, apesar de não movimentar tanto os mercados de câmbio, favorece o argumento sobre uma arrefecimento da inflação nos EUA, pois mostra que dados de preços fortes registrados no primeiro trimestre do ano, que preocuparam autoridades do Fed na época, ficaram para trás.

Na terça-feira, números de preços ao produtor mais moderados do que o previsto já haviam fornecido certo otimismo sobre a trajetória da inflação nos EUA, levando a um maior apetite global por risco, com ganhos em mercados acionários e entre divisas emergentes, incluindo o real.

Após os dados desta quarta, operadores passaram a ver 56% de chance de o Fed realizar um corte de 25 pontos-base em sua taxa de juros, ante 48% antes da publicação do relatório, uma vez que os números também reforçam a tese de uma desaceleração gradual da economia dos EUA, afastando temores de uma recessão.

Em tese, quanto mais o banco central dos EUA reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo frente a outras moedas quando os rendimentos dos Treasuries caem.

Os Treasuries, que também influenciam na atratividade de ativos emergentes, mostravam estabilidade, com o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caindo apenas 1 ponto-base, a 3,848%.

Com isso, a moeda norte-americana mostrava estabilidade ante moedas emergentes, sem grandes perdas ou ganhos contra o peso mexicano, o peso chileno e o peso colombiano.

No cenário nacional, ainda segue no foco a percepção crescente de que o Banco Central deve manter a Selic, agora em 10,50% ao ano, alta por mais tempo ou até mesmo elevá-la até o fim do ano.

Na curva de juros, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,725%, praticamente estável ante o ajuste de 10,726% da véspera.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,04%, a 102,570.