Com a aproximação do início das campanhas eleitorais na corrida pela Prefeitura de São Paulo, o candidato do PRTB, Pablo Marçal, revelou seu planejamento de governo para caso seja eleito prefeito da cidade no pleito de outubro. No documento, o empresário destaca que pretende levar “São Paulo para 2050 em 2028”, ano em que termina o mandato do próximo comandante da capital paulista – uma ideia semelhante à do ex-presidente Juscelino Kubitschek com o slogan de seu plano de metas ‘50 anos em cinco’.

O documento possui cem páginas ao todo. No entanto, excluindo páginas inteiras com fotos, outros materiais gráficos de campanha e páginas duplicadas, o plano de Marçal conta com 77 ‘slides’. Uma das propostas apresentadas pelo ex-coach é a de incluir câmeras de monitoramento em caminhões de lixo. Com isso, o postulante pretende “monitorar a coleta e descarte adequados, assegurando a manutenção da limpeza e segurança nas áreas urbanas”.

Na área de educação, o empresário deve apostar em um esquema de remuneração por resultados para os profissionais educadores em escolas. Os professores e funcionários das instituições de ensino deverão seguir “objetivos claros de aprendizagem e das avaliações bimestrais” para garantir que os alunos alcancem metas de aprendizagem. Além disso, a premiação dos docentes e outros gestores também será realizada de acordo com a frequência dos alunos nas salas de aula. De acordo com o plano do candidato, o sistema “ajudará a diminuir a rotatividade e motivará os profissionais que estão em contato com os alunos.”

O plano de governo de Marçal foi obtido pelo Estadão e ainda não foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dessa forma, as diretrizes do documento ainda podem sofrer alterações até que sejam apresentadas, de fato, à Justiça Eleitoral.

Ainda na esfera da educação, o Marçal diz que investirá em “conteúdos mais atuais”, com a atualização do currículo escolar para incluir temas ‘modernos e relevantes’ como empreendedorismo, educação financeira e programação digital. Na rede de ensino municipal, Marçal quer desenvolver programas de educação emocional, o que ele já chamou anteriormente de ‘inteligência emocional’, que podem contribuir com “melhorias no desempenho acadêmico e na redução de problemas comportamentais”, como explica o plano.

Uma de suas ideias principais dentro do tema é a criação de ‘escolas olímpicas’, que incentivarão os alunos a praticar esportes para, assim, formar atletas de alto rendimento. “Programas similares em outros países têm mostrado que a educação combinada com o esporte melhora o desempenho acadêmico e a saúde física e mental dos alunos”, detalha o plano.

Na tentativa de atrair investimentos e obter recursos financeiros para políticas prioritárias para a cidade de São Paulo, o plano do candidato do PRTB esclarece que serão ampliadas as parcerias com a iniciativa privada e concessões. Ele diz, ainda, que esticará o número de subprefeituras de 32 para 96 “para que a Prefeitura esteja presente em todos os distritos da cidade.”

Marçal pretende, ainda, investir em “tecnologia de inteligência e monitoramento” em uma central de operações que seja integrada com a força policial do governo do Estado de São Paulo e com empresas da iniciativa privada que atuem na esfera da segurança. O candidato também prometeu triplicar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), de 7 mil para 21 mil agentes, e equipá-la com “melhores armamentos e equipamentos de ponta.”

Além de citar que várias das ideias já foram testadas e ‘funcionaram’ em cidades de outros países, o documento traz, também, propostas já conhecidas e exploradas por Pablo Marçal em sabatinas e debates. O candidato pretende instalar sistemas de teleféricos nas regiões de grande densidade populacional e conectar essas áreas a pontos estratégicos da cidade. “Esse modal possui grande vantagem sobre os metrôs, pois o tempo de construção das estações é infinitamente menor, não precisa de perfuração (de solo) e, consequentemente, o custo com desapropriações é evitado.”

Além disso, o empresário promete, também em parceria com o setor privado, construir um edifício que teria 1 km de altura – tornando-se o maior prédio já construído no mundo. O projeto serviria para consolidar a imagem de que São Paulo é uma “metrópole de destaque mundial”.