Terceira colocada no ranking nacional de atração de turistas, a Bahia quer pular para o lugar mais alto do pódio. Para isso, está desenvolvendo programas inéditos no País, destinados a levar o Estado a receber 20 milhões de turistas ? dos quais 5 milhões estrangeiros ? nos próximos 15 anos. Na linha de frente desta empreitada, a Bahiatursa age como o braço operacional do plano, atuando junto a empresários, agentes de viagens e o público. À DINHEIRO, o presidente Cláudio Taboada mostrou como Bahia está armando o seu pulo de gato.

Em que a Bahia se diferencia de outros destinos?
Nossa diferenciação passa pela preservação da identidade cultural do povo baiano, a melhoria da infra-estrutura do Estado e o aumento da qualidade do nosso pessoal de atendimento ao turista. Isso inclui zelar pelos equipamentos turísticos como hotéis, pousadas e restaurantes.

Qual é a estratégia para conquistar os turistas?
O Estado firmou um convênio de US$ 800 milhões com o Banco Mundial que está suprindo, com a nossa contrapartida, algumas necessidades de infra-estrutura nos setores de saneamento, transportes, segurança e educação. Por outro lado, desenvolvemos três programas específicos para manter nosso Estado no padrão dos melhores destinos turísticos do mundo.

Quais são?
O Qualitur é um deles. Trata-se de um certificado de qualidade dos equipamentos turísticos. Ele indica a qualidade de pousadas, hotéis, restaurantes e opções de programas e visitas. É o nosso ISO 9000. Sessenta e seis empresas já foram credenciadas neste programa. O Qualitur já treinou mais de 3,3 mil profissionais do setor na Bahia.

E os outros dois?
Somos o primeiro Estado do Brasil a ter um Programa de Fidelidade para premiar os turistas que nos visitam com freqüência. Só há um programa semelhante no mundo, em Zurique, na Suíça. Ao mesmo tempo,estamos capacitando agentes de viagens em todo o País, para que saibam o que a Bahia oferece.

Como surgiram os programas?
A partir do debate entre empresários do setor, o governo e a própria Bahiatursa. Nossa empresa, hoje, conta com quadros de direção que, além da formação acadêmica tradicional, necessariamente possuem cursos de extensão e MBA. A empresa foi profissionalizada. Criou-se o ambiente para discutir idéias novas e aplicá-las.

Quais as principais determinações do plano?
Ele apontou que a Bahia é um destino propício não apenas para o turismo de lazer, mas também para o de negócios. Neste sentido, o centro de convenções de Salvador passa por um programa permanente de modernização. Hoje ele é capaz de abrigar eventos para 20 mil pessoas. Em breve, terá condições de manter comunicação sem fio (wireless) em todo o seu ambiente.

Por que o turista de negócios é especial?
Quando bem atendido, ele volta para fazer uma convenção da sua própria empresa e também, é claro, trazendo a sua própria família. Esse turista de negócios costuma gastar três vezes mais do que um turista de lazer.

Já se tem resultados dessa modernização?
A média nacional de ocupação de hotéis em 2004 foi de 50% dos leitos disponíveis, mas na Bahia chegamos a 65%. Em setembro e outubro, meses fora de temporada, em que o que dá movimento é o turismo de negócios, chegamos a 100% de ocupação. A taxa de ocupação média em 2005 deverá subir para 72%.

Qual é o perfil do turista que vai à Bahia?
Nós temos atrações para todos os públicos. Trancoso e suas praias se tornaram um destino de classe A. Porto Seguro recebe muitos jovens, na faixa de 18 a 22 anos, um pessoal de classe média. Em Salvador há uma mistura de todos os públicos.

Vai dar para chegar aos 20 milhões de turistas até 2020?

Como você sabe, a Bahia é a terra de todos os santos. Nós estamos trabalhando, e eles irão ajudar, como sempre fizeram. Vai dar sim.