27/08/2024 - 11:13
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, emitiu nesta segunda-feira, 26, um “SOS global” pedindo que os governos internacionais aumentem ações climáticas, especialmente em relação a conservação marítima. O alerta veio após dois relatórios da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Time de Ação Climática da ONU apontarem que os níveis de elevação do mar estão ameaçando ilhas do oceano Pacífico.
A conclusão dos estudos dos órgãos das Nações Unidas é de que o aquecimento global está acelerando as mudanças no oceano com “impactos devastadores”, conforme a temperatura continua a bater recordes de alta.
“Sem cortes dramáticos nas emissões, as ilhas do Pacífico devem esperar elevação de pelo menos 15 centímetros nos níveis marítimos até o meio do século e mais de 30 dias por ano de enchentes em alguns lugares”, pontuou Guterres, em nota enviada de Tonga, durante evento da ONU.
Mais expostas aos efeitos, as ilhas do Pacífico fazem parte das regiões globais com o menor porcentual de emissões de carbono. Segundo a ONU, limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC e, por consequência, evitar a elevação marítima exigirá cortar as emissões em 43% até 2030 e em 60% até 2035, em relação aos níveis registrados em 2019.
Guterres pediu que o grupo das vinte maiores economias globais (G20), que são as mais poluentes, se comprometam com novas ações climáticas, assim como outras economias globais. O secretário-geral da ONU defendeu que são necessários planos claros de contribuições nacionais determinadas para reduzir emissões de carbono, triplicar capacidade de fontes renováveis e duplicar eficiência energética, além de eliminar o desmatamento até 2030.
Além disso, Guterres afirmou que as nações mais ricas precisam cumprir suas promessas, incluindo a criação até 2025 de um fundo adaptado para financiar pelo menos US$ 40 bilhões anualmente em inovações climáticas. Fundos para apoiar ilhas do Pacífico e outros países vulneráveis a reparar danos das mudanças climáticas também é necessário, apontou o secretário-geral.