30/08/2024 - 12:53
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu a decisão da autarquia de anunciar um leilão de dólares para conter flutuações no câmbio. “Nós entendemos que precisava intervir para balancear esse fluxo, se for preciso mais intervenções, assim faremos”, disse. O presidente do BC participou na manhã desta sexta-feira, 30, de evento da XP, em São Paulo.
Campos Neto afirmou que os leilões não buscam intervir no preço do câmbio no curto prazo. “A gente observa descolamento dos fundamentos”, disse. “O papel da instituição é atuar em disfuncionalidades.”
“O Banco Central está sempre observando, e em qualquer momento de disfuncionalidade vai ter operações”, disse. Ele não apontou, porém, motivos pelos quais o fluxo foi considerado atípico nos últimos dias.
Leilão de US$ 1,5 bi
Campos Neto disse que a intervenção anunciada pelo BC na quinta-feira, 29, e realizada nesta manhã foi feita porque a autarquia entendeu que era necessário rebalancear o “fluxo atípico” de dólares por conta de um rebalanceamento de índice do mercado.
A afirmação se deu em meio ao rebalanceamento do Morgan Stanley Capital International, um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em bolsas de valores internacionais.
“A gente está tendo um movimento de fluxo atípico por um rebalanceamento de um índice… cabe ao BC mapear qual o tamanho desse desbalanceamento, quanto precisa para suprir esse fluxo que é atípico, e a gente também está olhando a diferença do que a gente entende que é um descolamento muito grande dos fundamentos, às vezes por critério de liquidez, às vezes por ruídos de curto prazo”, disse.
Ele ressaltou que o Banco Central tem reservas suficientes para fazer intervenções cambiais quando for necessário.
O Banco Central vendeu 1,5 bilhão de dólares nesta sexta-feira em leilão à vista da moeda norte-americana, no que foi a segunda intervenção da instituição no câmbio desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No início da tarde desta sexta, após o leilão, o dólar operava próximo a R$ 5,66, em alta de 0,7%.
*Com informações de Reuters