A Azul desabou 18,18%, para uma mínima recorde de R$ 4,41, nesta segunda-feira, 2, refletindo ainda preocupações com o nível de alavancagem e opções que a companhia aérea possa usar para lidar com sua dívida.

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O dia da companhia aérea no mercado financeiro ainda foi marcado pelo rebaixamento de sua nota de crédito pela S&P, de B- para CCC+, com perspectiva negativa, afirmando que os resultados da companhia aérea no primeiro semestre foram mais fracos do que esperavam, ampliando seu déficit de fluxo de caixa operacional livre para o ano e enfraquecendo a liquidez.

“Nesse contexto, a empresa está buscando maneiras de fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua liquidez”, afirmou a agência de risco em relatório, no qual também cortou a nota em escala nacional da empresa para “brBB-” de “brBBB-“.

“A empresa confirmou que está em negociações com arrendadores para converter parte – US$ 558 milhões – de seus passivos de arrendamento em equity e também está trabalhando em algumas alternativas para obter novo financiamento garantido para fortalecer a liquidez”, citou.

Embora os vencimentos de dívida financeira nos próximos 12 meses não sejam substanciais, acrescentou a S&P, os arrendamentos operacionais e as necessidades de capex são significativos — em torno de R$ 5 bilhões por ano em 2024 e 2025.

A S&P ainda rebaixou a classificação das notas seniores sem garantia da Azul para ‘CCC-‘ de ‘CCC’ e afirmou a classificação de recuperação ‘6’, “indicando nossa expectativa de recuperação mínima (0%) nas notas sem garantia restantes com vencimento em 2024 e 2026 no caso de inadimplência de pagamento”.

Na sexta-feira, os papéis da Azul caíram 2%, depois do tombo de 24% na quinta-feira, na esteira de uma notícia de que a empresa estaria considerando até um pedido de recuperação judicial para lidar com suas dívidas. Ainda na semana passada, o CEO da Azul, John Rodgerson, disse que a aérea está saudável financeiramente e não tem planos de fazer um pedido de recuperação judicial.