05/09/2024 - 14:23
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta quinta-feira, 5, que a visão do Comitê de Política Monetária (Copom) não mudou e que o objetivo é fazer o que for necessário para convergir a inflação à meta da autoridade, de 3% ao ano. “Há forte compromisso da política monetária para atingir a meta da inflação”, disse ele, durante palestra, por videoconferência, no Global Emerging Markets One-on-One Conference, evento organizado pelo UBS/UBS BB, em Nova York.
“Faça o que tiver de ser feito e a credibilidade vem”, acrescentou Guillen, ao ser questionado se as ações do BC no ciclo atual visam a gerar uma maior credibilidade junto ao mercado.
Segundo ele, o BC toma decisões com base nas dinâmicas do cenário e também considerando os movimentos necessários para atingir a meta da inflação. “A nossa visão não mudou. O foco é fazer o que precisar para convergir inflação à meta”, disse.
O diretor do BC destacou ainda que a ancoragem das expectativas permite menores custos para o processo de desinflação.
Ele também voltou a falar sobre uma maior confiança no modelo do Banco Central. “Acho que podemos confiar no modelo. Usar o modelo é o melhor caminho para alcançar a meta da inflação”, concluiu.
Falas demasiadas dos membros do Copom
Ao ser questionado, na palestra, sobre se os membros do Copom do Banco Central estariam falando demais nos últimos tempos, o diretor de Política Econômica brincou com o economista-chefe da instituição, Alexandre de Ázara, dizendo que poderia encerrar sua participação, se esta fosse a análise geral.
“Se você quiser, eu posso ir. Se eu estou falando muito, eu posso ir. Mas eu não acho que não estamos falando muito. Falar e atualizar o cenário, eu acho que é importante, é parte da transparência que queremos”, argumentou Guillen, acrescentando que esta transparência também é buscada nos textos oficiais de comunicação da instituição e repetindo que também é a baliza ao revelar sobre como os diferentes membros do Copom pensam sob diferentes perspectivas.
O diretor comentou também que essa postura está relacionada à autonomia do Banco Central, cujos diferentes membros contam agora com diferentes mandatos. “Eu acho que é bom ter essa transparência. E é parte de um processo de aprendizagem para ver que alguns têm diferentes perspectivas, alguns concordam. Você começa a aprender sobre o que eles concordam ou não concordam. Eu acho que isso é um bom framework”, defendeu.
Guillen chegou a comentar que concordaria com o anfitrião quando, em algum momento, há muita fala sem sinais. “Mas eu acho que estamos longe disso.”