O mercado de motos aquáticas no Brasil se tornou o segundo maior do mundo em 2023, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Apesar disso, a BRP, dona da marca Sea-Doo, acredita que esses números podem subir ainda mais apostando em um novo modelo de negócio e uma flexibilização maior nas regras de condução desses veículos. 

Uma das principais apostas é a nova norma da Marinha, aprovada em abril de 2024, que permite o funcionamento dos chamados Estabelecimentos de Aluguel de Moto Aquática (EAMA) e a obtenção de uma licença especial de 30 dias para os interessados pilotarem uma moto aquática mediante a um curso de 30 minutos.

“Em uma concessionária de carros você pode fazer um test-drive para descobrir se você quer comprar aquele modelo ou não. Nós vendemos uma experiência e não só um produto, então quanto mais consumidores tiverem a experiência de pilotar uma moto aquática, ele está mais propício para comprar uma. É nisso que a gente aposta”, afirmou Fernando Alves, gerente comercial da BRP no Brasil, em entrevista ao site IstoÉ Dinheiro.

A empresa não abre seus números, mas afirma que é a montadora que mais vende esse tipo de veículo no Brasil. Hoje há 78 concessionárias em todos os estados do Brasil. 

A gigante canadense BRP também é dona da marca Can-am, que produz veículos off-roads como quadriciclos. A empresa conta com motos aquáticas a partir de R$ 72 mil. O modelo que mais venda é o Spark, que custa a partir de R$ 92 mil. A Sea-Doo  acaba de lançar o modelo GTX Limited 325 na edição 2024 da São Paulo Boat Show. O novo veículo vai custar R$ 187 mil e chega de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos.

Novo modelo de negócio

Para conseguir fazer com que mais consumidores desembolsem mais de R$ 70 mil em uma moto aquática, a BRP aposta em um modelo de negócios diferente. A ideia é conseguir que investidores invistam na compra desses veículos para aluguel para turistas no litoral e em destinos com rios e até represas. O formato seria semelhante a uma franquia. 

“Nós temos uma plataforma de marketplace em que o consumidor pode comprar um passeio de moto-aquática por um tempo específico, desde 1 hora até dois dias. Assim que o pagamento é feito, nós acionamos o operador local e o veículo já fica disponível”, explicou Michael Codd, Gerente Comercial Latam da BRP . 

Não há mais detalhes sobre quais os investimentos que terão que ser feitos pelo empresário, mas Fernando adianta que a empresa vai subsidiar a compra dos veículos e que eles serão propriedade do investidor.  

Expectativa é fomentar o turismo

Com as novas regras, o executivo acredita que o setor de turismo brasileiro será fomentado, já que além de possuir o maior litoral do mundo, o país possui rios, lagos e represas que são navegáveis pelas motos-aquáticas.   

“Esse é um projeto que a gente acredita que pode fomentar o turismo em muitos pontos do país. A gente sabe do potencial que nosso país tem e queremos tornar a experiência ainda melhor para quem gosta do turismo de aventura”, finalizou Fernando.