22/09/2024 - 14:31
A Polícia Federal deflagrou na sexta-feira, 20, uma operação para investigar o envolvimento de uma organização criminosa nas eleições no Amapá. Dois políticos foram alvos de mandados de prisão preventiva autorizados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), além de pedidos de busca e apreensão.
A operação, batizada de “Herodes”, prendeu Jesaias Silva e Silva, conhecido como “Jeiza”, subsecretário municipal de zeladoria urbana na gestão do prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB). Anteriormente, Jeiza havia trabalhado como produtor de eventos e como secretário de Cultura na cidade de Serra do Navio. A Justiça suspeita que ele seja membro de uma organização criminosa. O Estadão/Broadcast tenta contato com a defesa dos alvos da operação. O espaço segue aberto para manifestação.
O Estadão/Broadcast procurou a prefeitura de Macapa, mas ainda não teve retorno. Em nota enviada ao portal G1, a gestão afirmou que Jeiza foi exonerado do cargo de subsecretário. “Sobre as supostas acusações que pesam sobre ele, a gestão municipal reforça que não há nenhuma ligação com a atividade que o mesmo exercia na gestão. A Administração Municipal preza pela lisura dos atos públicos”, informou.
Outro alvo é Luanderson de Oliveira Alves, o “Caçula”, candidato a vereador na capital pelo PSD. Não há informações acerca de sua prisão. Ele é suspeito de compra de votos, coação eleitoral, tráfico de drogas e organização criminosa. O mandado é assinado pelo juiz eleitoral Diego Moura de Araújo.
A eleição em Macapá se encaminha para uma vitória folgada de Furlan. A pesquisa Quaest divulgada em 16 de setembro apontava o prefeito com 86% das intenções de voto. As candidatas Aline (Republicanos) e Patrícia Ferraz (PSDB), com 4% das intenções de voto cada uma, vinham em seguida.
Como mostrou o Estadão/Broadcast num levantamento do governo federal acerca das organizações criminosas atuando nos presídios brasileiros, o Amapá é território de cinco facções: Família Terror do Amapá, Amigos para Sempre, União Criminosa do Amapá, Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao todo, 88 grupos estão presentes no sistema prisional do País, segundo levantamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública.