26/09/2024 - 6:30
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), medido pelo IBGE, apontou que o café torrado ficou mais caro no mês de setembro. Em média, o preço do produto cresceu 3,32% no mês. No acumulado do ano o café subiu 21,5% nas gôndolas dos supermercados pelo país. Já o cafezinho fora de casa subiu 2% no mês.
Especialistas são unânimes em apontar que o principal fator da subida é o clima. A falta de chuvas no Brasil combinada com as queimadas que estão ocorrendo pelo país podem fazer com que o preço do café fique em um patamar elevado por muito tempo.
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“Em agosto de 2024, o preço médio de varejo do café torrado e moído no Brasil atingiu R$ 39,6/kg, o maior valor desde 1997, segundo dados da ABIC. Isso representa um aumento de 19% nos últimos 12 meses e de 34% desde o início do ano. O aumento nos custos do café verde levou os torrefadores a repassar esses aumentos aos consumidores. A manutenção dos altos preços do café verde pode resultar em novos reajustes no varejo para os próximos meses, sendo um fator que pode desacelerar o consumo local”, explicou Guilherme Morya, analista setorial de café do Rabobank.
Impacto das queimadas
Por conta das recentes queimadas que estão acontecendo em diversas regiões do país, mas principalmente no interior de São Paulo, o panorama traçado pelo especialista Acilio Marinello, sócio-fundador da Essentia Consulting, é que a produção de algumas áreas pode demorar até 5 anos para se recuperar completamente.
“Os produtores de café no interior de São Paulo vão sofrer não só agora com as queimadas, mas também no longo prazo. Muitas dessas plantas vão ter que ser repostas e existe um período de maturação alto para alcançar um bom nível de produtividade, que pode chegar a até cinco ou seis anos”, afirmou.
Cenário externo interfere
Outro fator ambiental que interfere no preço é a diminuição da oferta do café do Vietnã, outro grande produtor do grão, por conta da estiagem no país asiático.
“Por conta desse choque de oferta a produção do café no Vietnã caiu muito, também por motivos climáticos, e, por isso, o consumidor aqui no Brasil sente a pressão sobre o preço, já que o Brasil tem que suprir essa necessidade do mercado externo”, encerrou o presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School Claudio Felisoni.