O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,62% em setembro, depois de ter avançado 0,29% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 27.

Com o resultado, o índice acumula elevação de 2,64% no ano e de 4,53% nos últimos 12 meses.

O dado veio abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters com analistas de alta de 0,47%.

“As mudanças climáticas e os efeitos sazonais têm gerado novas pressões sobre os preços das principais commodities. No Índice ao Produtor, os aumentos mais expressivos foram observados em bovinos, leite e laranja. No Índice ao Consumidor, a desaceleração menos intensa da queda dos alimentos in natura e a adoção da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, contribuíram para a aceleração da inflação. Na construção civil, a mão de obra se destaca, com uma taxa interanual de 7,45%, superior à média do índice, que é de 5,23%.” Essas informações foram detalhadas por André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

O IGP-M, também conhecido como ‘inflação do aluguel’, calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência, e é usado com índice de referência para reajustes de contratos, como os de alugue.

Composição do índice

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, subiu 0,70% em setembro, depois de alta de 0,29% no mês anterior.

No IPA, os destaques na aceleração foram itens do estágio de matérias-primas brutas, como soja em grão (+2,59%, ante -0,55% em agosto), leite in natura (+5,21%, de +0,82% em agosto), carne bovina (+5,17%, de +0,04% em agosto) e café em grão (+4,14%, de +1,98% em agosto).

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, teve alta de 0,33% no período, depois de ter avançado 0,09% em agosto, com aceleração em cinco das oito classes que compõem o número.

O maior impacto foi exercido pelo grupo Habitação, que apresentou alta de 1% em setembro depois de recuar 0,08% no mês anterior, com destaque para o subitem de tarifa de eletricidade residencial (+3,76%, ante -0,71 em agosto).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir 0,61% em setembro, de uma alta de 0,64% em agosto.