Por 26 votos a favor e nenhum contra, o economista Gabriel Galípolo foi aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal para o cargo de presidente do Banco Central. A votação aconteceu após sabatina realizada pelos senadores nesta terça-feira, 8.

A análise final do Senado será feita em votação no plenário da Casa em sessão prevista para ocorrer ainda nesta terça-feira.

A aprovação na comissão era dada como certa já que Galípolo encontrou ao menos 48 senadores antes da sabatina, em um tradicional rito apelidado de “beija-mão”. O economista também já havia passado por sabatina do Senado pois ocupa o cargo de diretor de política monetária do BC desde julho de 2023. A sessão ocorreu tranquila, sem ataques ao indicado.

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Galípolo aproveitou suas primeiras palavras na sabatina para defender que recebeu aval do presidente da República e de senadores com quem conversou para fazer uma gestão com liberdade e orientada “exclusivamente ao povo brasileiro”.

Como diretor do BC, ele já participou das reuniões de Comitê de Política Monetária (Copom) que definiram a taxa básica de juros desde a metade de 2023. Em diversas ocasiões, Lula criticou publicamente as últimas decisões da autarquia de manter a Selic em patamar elevado.

Galípolo disse aos senadores que jamais sofreu qualquer pressão quanto ao seu trabalho. “Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões”, disse.

Ele também aproveitou a ocasião para defender o atual patamar dos juros, em 10,75% ao ano. “A gente deve assistir um processo de desinflação mais lento e mais custoso. Ao BC não cabe correr risco”, disse.

Senadores perguntaram ainda sobre temas como desenvolvimento sustentável, risco fiscal, bets, a autonomia da autarquia e o projeto para torná-la uma empresa pública, com independência financeira e orçamentária.