A divisão de aço da Thyssenkrupp planeja cortar cerca de 40% da sua força de trabalho nos próximos anos, anunciou a companhia nesta segunda-feira, em mais uma reestruturação dolorosa de um gigante industrial alemão, com os trabalhadores prometendo forte resistência.

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A maior siderúrgica da Alemanha, uma divisão da Thyssenkrupp AG, está sob pressão de rivais asiáticos mais baratos, preços de energia altos e uma economia global enfraquecida, o que resultou em prejuízos operacionais em quatro dos últimos cinco anos.

No âmbito da reestruturação, a Thyssenkrupp Steel Europe (TKSE), que tem uma força de trabalho de 27.000 pessoas, anunciou que cortará 11.000 empregos no total — sendo 5.000 até 2030 e outros 6.000 por meio de cisões ou desinvestimentos.

O objetivo é reduzir os custos com pessoal em cerca de 10% em média nos próximos anos.

“São necessárias medidas urgentes para melhorar a produtividade e a eficiência operacional da Thyssenkrupp Steel e alcançar um nível de custo competitivo”, afirmou a empresa em comunicado.

Sob o plano, a fábrica da TKSE em Kreuztal-Eichen, que emprega 500 pessoas, será fechada.

A empresa também espera vender sua participação em outra planta em Duisburg — embora, se essa venda não for possível, a TKSE declarou que conversará com outros acionistas sobre cenários de fechamento.

A Thyssenkrupp Steel afirmou que deseja se adaptar às “expectativas futuras do mercado”, reduzindo a capacidade de produção de 11,5 milhões de toneladas por ano para entre 8,7 milhões e 9 milhões de toneladas.

“Quem quer cortar mais de 11.000 empregos e fechar uma instalação deve esperar uma resistência feroz da IG Metall”, disse Knut Giesler, chefe do sindicato IG Metall na Renânia do Norte-Vestfália, coração industrial da Alemanha e estado natal da Thyssenkrupp.

As raízes da empresa na produção de aço remontam ao início do século 19.

O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, disse que o aço fabricado na Alemanha deve ser protegido, ao mesmo tempo em que reafirmou o compromisso da Alemanha em garantir o futuro do setor com uma produção mais ecológica.

“Estamos comprometidos com essa transição (para uma produção mais ecológica). É importante que o aço também seja produzido no futuro”, disse Habeck em resposta aos cortes planejados.