A Nova Indústria Brasil (NIB), programa do governo federal para impulsionar a indústria, terá R$ 546,6 bilhões entre investimentos públicos e privados para o desenvolvimento das cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética até 2029. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, 3, em evento no Palácio do Planalto.

Do montante total, R$ 250,2 bilhões são recursos públicos ofertados em linhas de crédito, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados nos dois últimos anos. Outros R$ 52,18 bilhões serão destinados de 2024 a 2026.

O setor privado, por sua vez, prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029. Isso inclui R$ 120 bilhões de investimentos já anunciados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vai aportar R$ 7,9 bilhões em expansões nos próximos cinco anos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) prevê investimento de R$ 22,5 bilhões nos próximos cinco anos.

A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) projeta R$ 11,4 bilhões em investimentos até 2029, enquanto as empresas ligadas à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) devem investir R$ 16 bilhões, conforme números apresentados pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, na cerimônia. Segundo o MDIC, até o momento, já foram anunciados R$ 1,83 trilhão de investimentos pelo setor privado nos próximos anos

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) prevê investimento de R$ 40,2 bilhões das cooperativas em novas e na ampliação das agroindústrias até 2029. As empresas vinculadas à Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) devem investir R$ 6,3 bilhões nas plantas fabris até 2029, enquanto a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) prevê aporte de R$ 18,9 bilhões pelas indústrias do setor nos próximos cinco anos. Alckmin destacou também investimentos que serão realizados pela indústria de fertilizantes, sendo R$ 3,1 bilhões pelas empresas associadas ao Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert) e R$ 1,9 bilhão pelas indústrias da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo).

Entre as metas do NIB para a agroindústria estão elevar o crescimento do PIB Renda Agroindústria para 3% por ano em 2026 e 6% ao ano em 2033. De 2019 a 2023, a média de crescimento do indicador foi de 1,75% ao ano. Outra meta é aumentar a mecanização da agricultura familiar para 28% em 2026 e 35% em 2033 e ampliar a tecnificação da agricultura familiar para 43% em 2026 e 66% em 2033 – hoje em 35%. Em 2023, a taxa de mecanização da agricultura familiar alcançava 25%, de acordo com dados do Censo IBGE.

As cadeias produtivas prioritárias na missão agroindústria da NIB serão a disseminação e o uso da agricultura de precisão, com estímulo à produção nacional de drones; a escalada à produção de fertilizantes e biofertilizantes e o fortalecimento da produção nacional de máquinas agrícolas e suas partes e componentes.