A aquisição do grupo Playcenter pela Cacau Show anunciada em fevereiro de 2024 animou os fãs do antigo parque paulista sobre a possibilidade de retorno. Em dezembro, no entanto, o que veio foi o anúncio de um novo complexo: o Cacau Park, prometido para 2027 em um terreno de 7 milhões de metros quadrados no município de Itu (SP).

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Em entrevista ao site IstoÉ Dinheiro, o fundador e CEO da chocolateria, Alê Costa, explica que os planos de inaugurar um parque de diversões eram anteriores à aquisição. “Ele [o Cacau Park] antecede o Playcenter”, diz.

“Não se trata da gente estar não valorizando a marca”, completa. Costa afirma que pensa inclusive em incluir um “Espaço Playcenter” para agradar o público nostálgico. “Independente do nome ser Cacau Park, a experiência será a experiência do Playcenter, daquele sorriso das pessoas que atende.”

“É Cacau Parque porque nós somos Cacau Show”, diz Alê Costa sobre a escolha do nome do futuro parque temático. “A gente naturalmente quer respeitar o legado do Playcenter e colocar o Cacau junto disso daí.”

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Por que comprar o Playcenter

Desde que fechou seu principal parque de diversões em 2012, o grupo Playcenter administra duas linhas de parques indoor. São seis Playland, com cerca de mil m², e dois Playcenter Family, com em torno de 10 mil m².

Após a aquisição do grupo, os próprios Playland e Playcenter Family ganharam ao final dos seus nomes originais a assinatura “by Cacau Show”.

Mas o maior ativo adquirido, segundo Costa, foram os 30 funcionários do grupo. O empresário afirma que o tempo médio de casa da equipe é de 24 anos. “Eles trabalharam 12 anos no Playcenter quando o parque funcionava. Então sem dúvida nenhuma trazer essa empresa pro nosso grupo significa acelerar a aprendizagem nossa.”

Cacau Show quer ser “ecossistema da felicidade”

Antes de adquirir o Playcenter, a Cacau Show já havia expandido para além dos chocolates ao comprar em 2021 um hotel em Campos do Jordão (SP). Transformado no Bendito Cacao Resort & Spa, foi inaugurado em 2022. Em 2024, uma nova unidade foi aberta em Águas de Lindóia (SP).

“Nós somos um ecossistema: o ecossistema da felicidade, onde todos os negócios – indústria de cacau, fazenda de cacau, indústria de chocolates, loja de chocolates, hotelaria e parque de diversões – estão todos ligados”, explica Alê Costa sobre como enxerga seus empreendimentos.

O termo “ecossistema” denomina, no mundo dos negócios, as relações de colaboração estabelecidas entre múltiplas empresas para crescerem juntas. Um exemplo popular foi o construído pela Amazon, que une atuação nas áreas de varejo, streaming, robótica, computação em nuvem, marketing, entre outros.

Em seu ecossistema, Alê Costa afirma que pretende ter serviços compartilhados nas áreas em que for possível atender todas as empresas. “Hoje o financeiro dos hotéis e dos parques já estão no mesmo lugar”, diz. “Todas elas vão estar ligadas, vão ter o cacau como assunto.”

O futuro Cacau Park

Os resorts em Campos do Jordão e Águas de Lindóia tiveram investimentos informados de R$ 90 milhões e R$ 100 milhões respectivamente. O Cacau Park — cujo projeto também inclui dois hotéis — contará com um aporte bastante superior: R$ 2 bilhões.

Alê Costa explica que entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão serão dinheiro que a Cacau Show tem em caixa para o projeto. Cerca de R$ 1,4 bilhão será obtido através de financiamento. A negociação com as instituições financeiras ainda está em andamento. “Eles estão super animados de fazer esse empréstimo”, diz.

A inauguração, prometida para 2027, ocorrerá apenas com o parque inteiramente concluído. Até lá, eventos teste dos brinquedos e das áreas do parque serão realizados para convidados e imprensa.

Alê Costa promete divulgar pelas redes sociais conforme avanços ocorrerem. “A gente está construindo um parque, né? É uma coisa muito bacana”, diz. Um vídeo com a chegada dos primeiros contêineres de montanha russa, por exemplo, foi publicado nas redes do CEO e do parque e superou 2 milhões de visualizações em apenas uma semana.

Após concluído, o Cacau Park projeta receber 3 milhões de visitantes por ano, quantia de destaque para o país. Para efeitos de comparação, em 2023 o Beto Carrero World informou público de 2,8 milhões, e o Hopi Hari, 1 milhão.

“A 100 quilômetros do parque nós temos 36 milhões de pessoas, tá? Nós temos 32 milhões de Cacau Lovers, que são nossos clientes fiéis”, diz Costa em referência a grande São Paulo e aos clientes da chocolateria. “Nós temos aqui o legado da marca Cacau Show, que é uma marca muito muito importante na cabeça do consumidor. Então a gente imagina que a gente vai conseguir atender esse número de pessoas.”