O bitcoin foi o ativo que teve o maior ganho real no acumulado de 2024, com um retorno de 163% do início do ano até então. As informações são do Índice de Ganho Real do Grupo Studio (IGRGS).

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Logo atrás do bitcoin aparecem ouro e CDI, com 23% e 5,7% de ganho real no acumulado do ano.

“Em 2024, acompanhamos oscilações na taxa básica de juros, com momentos de queda seguidos por um novo ciclo de alta, refletindo os desafios no controle da inflação. Essas variações trouxeram impactos mistos, fortalecendo a confiança dos investidores em aplicações conservadoras durante os momentos de alta, mas também exigindo uma reacomodação constante das expectativas econômicas e o ajuste no planejamento financeiro a longo prazo”, pondera Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

No caso da criptomoeda, a rentabilidade somente no mês de novembro foi de cerca de 40% – refletindo perspectivas mais otimistas para esse nicho do mercado com a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, no início do mês em questão.

Bitcoin foi o ativo com o maior ganho real em 2024
Bitcoin foi o ativo com o maior ganho real em 2024 (Crédito:Grupo Studio)

Trump, durante a campanha, fez diversas sinalizações positivas sobre o mercado de cripto, citando que gostaria de tornar os EUA um ‘hub de criptomoedas’.

Com isso, o rali de 2024 foi ampliado, já que cotação do bitcoin registrou altas significativas também no primeiro semestre do ano – saltando mais de 75% entre o início de fevereiro e a metade do mês de março.

Essa alta esteve atrelada ao fato de que grandes empresas e fundos de investimento aumentaram sua exposição à criptomoeda, já que mais de 50% dos principais hedge funds dos EUA revelaram que aumentaram a exposição a ETFs de bitcoin até o final do primeiro trimestre de 2024 – como Millennium Management, que possuía 27.263 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 1,69 bilhão, representando cerca de 2,5% de seus ativos totais sob gestão.

Além disso, um avanço regulatório também impulsionou a cotação, dado que ocorreu a aprovação de ETFs de bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a Securities and Exchange Comission (SEC).

O começo do ano também fora marcado pela expectativa do halving do bitcoin, previsto para ocorrer em março de 2024.

O halving é um evento programado que ocorre aproximadamente a cada quatro anos ou a cada 210.000 blocos minerados na blockchain, que reduz pela metade a recompensa por bloco minerado, diminuindo a oferta da criptomoeda e afetando a cotação.

Bitcoin renovou recordes e despencou após decisão do Fed

Em um recorte mais recente, o recorde do bitcoin também tem sido renovado. Nesta terça-feira, 17, a cotação da criptomoeda superou os US$ 108 mil pela primeira vez.

Após isso, os investidores se mantiveram cautelosos, já que o dia seguinte seria marcado pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), que cortou os juros.

A decisão do comitê de política monetária (FOMC, na sigla em inglês) derrubou a cotação do bitcoin abaixo dos US$ 100 mil. Nesta sexta, 20, por volta das 11h, a criptomoeda opera na casa dos US$ 95 mil.