09/01/2025 - 14:04
A Haoma — fabricante mineira de chocolates premium com apelo sustentável e saudável — fechou uma extensão de sua rodada de capital para permitir a entrada do diretor financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle. O executivo investiu R$ 6 milhões e avaliou a empresa em R$ 150 milhões.
Segundo a companhia, a empresa valorizou 50% nos últimos nove meses, quando, em março do ano passado, as gestoras Moriah Asset e Baraúna entraram no negócio, e o valuation da Haoma foi calculado em pouco mais de R$ 100 milhões. A tendência de crescimento do consumo no segmento de doces e chocolates de alto padrão e mais saudáveis teriam ajudado a dar impulsionamento para a marca.
Ticle disse que a decisão de investir na Haoma considerou o histórico e a perspectiva de crescimento da empresa, assim como o perfil do produto. “No último semestre, a empresa teve expansão de mais de 40% ano contra ano, em uma economia que está crescendo na margem”, afirmou. “Também acho que o tema saudabilidade vai crescer muito e se conectar cada vez mais com a bandeira ESG. E a Haoma é uma referência nisso.”
Empresa fundada em Divinópolis
A Haoma foi fundada em 2019 pelo casal Thiago Amaral e Iana Macedo, que tinham um empório em Divinópolis (MG) e criaram um bombom sem açúcar, com whey protein e sem aditivos e conservantes.
Em 2024, a Haoma faturou R$ 35 milhões, com 70% das vendas no modelo B2B. Os produtos da marca estão presentes em mais de dois mil pontos de venda, entre empórios, supermercados e lojas especializadas. O restante das vendas vem do comércio eletrônico e dos três quiosques próprios que a empresa opera nos shoppings Cidade Jardim e Morumbi em São Paulo, e Leblon no Rio de Janeiro.
Para 2025, a marca planeja abrir dez novos quiosques, todos no modelo de franquias. Em quatro anos, o plano da Haoma é chegar a 100 pontos de venda— entre lojas e quiosques — e obter um faturamento de R$ 150 milhões a R$ 180 milhões.
Inova Cacau 2030
Em 2024, 296 mil toneladas de cacau foram extraídas das florestas brasileiras. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elaborou um plano para aumentar a produção para mais de 400 mil toneladas por ano até 2030 e reclassificar o Brasil como um dos principais fornecedores mundiais de cacau, não apenas em volume, mas também em qualidade e sustentabilidade na produção.
A meta consta no Plano Inova Cacau 2030, lançado pelo Mapa — por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) — e pela CocoaAction Brasil, iniciativa da Fundação Mundial do Cacau (WCF). O objetivo é consolidar o país como origem de cacau sustentável para o mundo, com foco na conservação produtiva, garantindo as condições de vida e trabalho em toda a cadeia.
O cacau usado pela Haoma na produção de seus chocolates vem de fazendas e cooperativas certificadas. Para fazer parte da cadeia de fornecedores da empresa, os produtores precisam demonstrar compromisso com a oferta de condições de trabalho dignas e com a sustentabilidade ambiental, como preconiza o Plano Inova Cacau 2030.
A Haoma opera no ciclo completo de produção, da amêndoa à barra (atividade conhecida como bean to bar), para garantir o padrão de qualidade e pureza propostos pela marca. A torra é feita a temperaturas mais baixas, para preservar as características naturais do cacau, cultivado no Sul da Bahia. Os chocolates são feitos com apenas quatro ingredientes (nibs, manteiga de cacau, maltitol e lecitina de soja), sem a adição de açúcar ou conservantes.
“O mercado de produtos naturais e orgânicos, como os derivados de cacau, tem experimentado significativa expansão no Brasil, impulsionado por uma crescente conscientização dos consumidores sobre os benefícios desses produtos para a saúde e o meio ambiente”, afirma Fabiano Zettel, CEO da Moriah Asset, uma das investidoras do negócio.
Expansão via franquias
Desde que a marca lançou o modelo de franquias há pouco mais de 15 dias, com a divulgação apenas no perfil de Juju, quase 700 pessoas já enviaram o formulário de interesse para se tornarem franqueados.
O investimento mínimo nas franquias da marca será de R$ 250 mil, com prazo de retorno do valor aplicado estimado em três anos.
O foco da expansão será em shoppings voltados para as classes A e B e em aeroportos, começando pelo Sul e Sudeste. Com a entrada em franquias, a Haoma espera faturar R$ 51 milhões em 2025, 45% mais que no ano passado.