15/01/2025 - 20:10
A Azul e a Abra, investidora majoritária da Gol e da Avianca, anunciaram hoje que assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) não vinculante com a intenção de combinar seus negócios no Brasil. O comunicado aponta que a estrutura, resultado de uma combinação da Azul e da Gol, posicionará o Brasil em um nível maior de força global em um setor altamente globalizado.
“O objetivo da combinação de negócios é promover o crescimento da indústria aeronáutica brasileira, por meio de mais destinos, rotas, conectividade e serviços aos consumidores, com aumento da oferta de voos domésticos e internacionais”, apontou a nota.
As duas empresas têm aproximadamente 90% de rotas complementares e não sobrepostas. Embora o MoU preveja a unificação da estratégia, espera-se que as companhias aéreas mantenham seus certificados operacionais e, portanto, suas marcas e operações separadas.
“Como parte da estratégia da Abra de fortalecer o mercado brasileiro, esta é uma oportunidade importante para intensificar ainda mais nossa presença no Brasil e fortalecer nossa rede global. Paralelamente, continuamos a apoiar todo o trabalho que a administração da Gol têm feito para a reestruturação bem-sucedida da Gol”, diz Manuel Irarrázaval, Chief Financial Officer (CFO) da Abra.
A união das duas empresas, que buscam fortalecer suas operações frente a um cenário desafiador para companhias aéreas na região, deteria cerca de 60% do mercado doméstico, superando os 40% da concorrente Latam, segundo dados da Anac.
Em entrevista a Reuters, o CEO da Azul John Rodgerson afirmou que a empresa combinada teria três membros do conselho indicados pela Azul, três pela Abra e três membros independentes. A Azul indicaria o presidente-executivo da companhia, e a Abra o presidente do conselho.
Empresas em crise
As companhias aéreas têm enfrentado dificuldades financeiras nos últimos anos, especialmente depois da pandemia de Covid-19. A maioria foi forçada a reestruturar dívidas e várias entraram em recuperação judicial.
A própria Gol está em processo de reorganização nos Estados Unidos desde o início de 2024 e a Azul, também em 2024, teve de fechar acordos com arrendadores para eliminar obrigações em troca de uma participação acionária na empresa, bem como com detentores de títulos para obter novo capital.
Uma combinação de negócios entre as empresas ocorreria após a saída da Gol do processo de recuperação judicial nos EUA.
Em entrevista ao site IstoÉ Dinheiro, o CEO da Azul, John Rodgerson, falou sobre a possibilidade de fusão.