O Ibovespa cai perto do fim da manhã desta quinta-feira, 16, devolvendo uma parcela da valorização de 2,81%, aos 122.650,20 pontos, da quarta-feira. “Pode ser um movimento de correção, após três dias de ganhos. A alta de ontem foi bastante”, pontua Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3.

Apesar da alta de 1,92% do minério de ferro, hoje, em Dalian, e do recuo de em torno de 0,30%, as ações de commodities cedem.

O índice, porém, ainda pode cair de forma mais acentuada, dado que as ações da Vale estão em leilão e devem abrir o pregão em baixa.

Além disso, o avanço dos juros futuros após o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de novembro acima do esperado – subiu 0,10% ante outubro e ante mediana negativa de 0,10% -, acrescenta.

“A atividade já cresce acima do esperado, o PIB crescendo acima do potencial. Isso indica que o Banco Central tem espaço para continuar elevando os juros, a taxa Selic”, completa Oliveira, da Blue3.

Apesar da alta, o IBC-Br indica arrefecimento. “Há sinal de moderação na margem”, afirma Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.

Segundo ele, será preciso esperar os dados de dezembro para ver se trata-se de uma tendência. Porém, o Produto Interno Bruto (PIB) ainda está elevado. No ano contra ano, sobe quase 4%, diz. “Por mais que esteja desacelerando na margem, o PIB deve continuar crescendo acima do seu potencial”, completa Costa.

Desta forma, não alivia as apostas de alta de 1,00 ponto porcentual da Selic neste mês e em março, com a taxa passando de 12,25% para 14,25% ao ano no terceiro mês de 2025.

Quanto à Vale, apuração do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) é de que a corretora do JPMorgan colocou à venda hoje na B3 um lote de 173 milhões de ações da mineradora, ao preço de R$ 50,63 por ação. O lote, segundo fontes, pertence à Cosa, cuja ação avança 5,90%, entre as maiores elevações do Ibovespa. A maior valorização é Azul, com 5,90%, com a assinatura de um memorando para estudar uma eventual junção da empresa com a Gol.

Ao mesmo tempo, perspectivas de que a briga comercial entre Estados Unidos e China será acirrada está no radar. Hoje, a China anunciou uma investigação sobre semicondutores americanos após o oponente ter divulgado ontem novos controles sobre as exportações deste setor.

Aqui, os investidores ainda monitoram os desdobramentos do recuo da Receita Federal com a revogação da nova fiscalização das operações de Pix, “o que representa mais um desgaste para o ministro da Fazenda”, opina a MCM Consultores, em nota, ao referir-se a Fernando Haddad.

Em Nova York os índices futuros de ações avançam em sua maioria de forma moderada. Por lá, as vendas do varejo americano cresceram 0,4% em dezembro, ante novembro, abaixo do esperado (0,5%). Nos EUA, segue o foco na política monetária. Ontem, o entendimento de que a inflação está arrefecendo nos Estados Unidos deu força às bolsas, pois elevou a possibilidade de um novo corte nos juros do país em 2025.

Às 11h17, o Ibovespa cedia 0,44% aos 122.106,53 pontos, ante recuo de 0,54%, aos 121.991,52 pontos, na mínima, após máxima aos 122.659,70 pontos, com alta de 0,01%.