29/01/2025 - 18:11
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles avaliou nesta quarta-feira, 29, que a elevação da dívida pública coloca um cenário difícil para a economia até o fim, no ano que vem, do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, ele disse não ver sinais de uma recessão grave.
“Ainda não vemos sinais de um processo recessivo grave, como foi em 2015 e 2016. Não vejo sinal de recessão grave, mas não há duvida que será um período difícil”, comentou Meirelles. Para ele, discussões sobre a sustentabilidade da dívida e o debate a respeito da dominância fiscal seguirão presentes.
Questionado sobre quais deveriam ser as reformas prioritárias, durante a Latin America Investment Conference (LAIC), evento do UBS BB, Meirelles respondeu que está na hora de o País fazer uma nova reforma da Previdência, dado o aumento da expectativa de vida.
“O fato de a expectativa de vida média estar subindo aumenta a necessidade de a reforma da Previdência ser atualizada”, comentou Meirelles que, como ministro da Fazenda no governo Michel Temer, reabriu o debate sobre mudanças nas aposentadorias que culminou na aprovação da reforma no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.
Meirelles apontou também a reforma administrativa como a reforma “que falta ao Brasil”, de modo a diluir o custo da máquina pública. Do contrário, observou, o País seguirá enfrentando os desequilíbrios fiscais com medidas de ajuste pontuais. “A reforma administrativa é a reforma mais importante para o Brasil”, disse o ex-ministro.