A produção de petróleo e gás da Petrobras caiu 3% em 2024 em comparação com o ano anterior, segundo o balanço publicado nesta segunda-feira (3) pela companhia, enquanto o governo espera uma licença ambiental para explorar enormes reservas marinhas próximas à foz do rio Amazonas.

“No ano de 2024, a Petrobras atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu Plano Estratégico 2024-2028+, dentro do intervalo de ±4%”, diz um comunicado da maior petrolífera da América Latina.

Mas a produção média de petróleo e gás natural da Petrobras foi de 2,7 milhões de barris diários em 2024, 3% a menos que os 2,78 milhões de 2023.

A produção do Brasil em seu conjunto também caiu em 2024, 0,5% segundo dados oficiais.

Enquanto organiza a conferência climática COP30 que será realizada em novembro em Belém, a capital do Pará, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva espera uma licença de exploração para a Petrobras na chamada Margem Equatorial, uma área marinha próxima da foz do rio Amazonas.

O Ibama deve decidir se concede a licença ambiental para explorar a área, que abrange 350 mil km² e fica a cerca de 500 km da desembocadura do rio Amazonas, no norte do país.

Suas reservas potenciais de petróleo são estimadas em 10 bilhões de barris. Hoje, o Brasil tem 11,4 bilhões em reservas comprovadas.

O uso de combustíveis fósseis é a principal causa de emissão de gases do efeito estufa, que geram o aquecimento global que instâncias internacionais como a COP das Nações Unidas buscam combater.

Lula prometeu um papel de liderança do Brasil na luta contra a mudança climática. Seu governo conseguiu uma queda do desmatamento na Amazônia durante os dois primeiros anos de seu terceiro mandato, e aumentou a meta de redução da emissão de gases.

Mas organizações ambientais questionam a defesa de Lula ao projeto na Margem Equatorial, com investimentos previstos de 50 bilhões de dólares (R$ 293 bilhões).

No total, 49,1% da energia consumida no Brasil provem de fontes renováveis, mais que o triplo da média global, segundo dados oficiais.

Mas, ao mesmo tempo, o país tem feito grande progresso na exploração de combustíveis fósseis. O Brasil é o maior produtor da América Latina e o nono do mundo.