O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu nesta segunda-feira (10) sua promessa de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.

“Hoje simplifico nossas tarifas sobre o aço e o alumínio”, disse o presidente no Salão Oval, enquanto firmava as ordens executivas.

“É 25%, sem exceções nem isenções”, frisou.

O magnata republicano acrescentou que consideraria a imposição de tarifas adicionais sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips de computador.

– ‘Golpe devastador’ –

As tarifas vão afetar bastante o Canadá, principal fornecedor de aço e alumínio dos Estados Unidos.

Brasil, México e Coreia do Sul também são importantes exportadores de aço para os americanos.

A federação do aço no Reino Unido, a UK Steel, acredita que a medida vai desferir um “golpe devastador” para um setor que já está em declínio.

A decisão também pode prejudicar diversos setores nos Estados Unidos.

“O aço, o alumínio são matérias-primas cruciais para a indústria americana”, advertiu Maurice Obstfeld, especialista do Peterson Institute for International Economics.

Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio.

As taxas adicionais foram suspensas posteriormente pelo próprio Trump, ou por seu sucessor democrata Joe Biden.

No domingo, o magnata adiantou que “tarifas aduaneiras recíprocas” são uma tentativa de alinhar a tributação dos produtos que entram nos Estados Unidos com a forma na qual os bens americanos são taxados no exterior.

Trump utiliza as tarifas como principal ferramenta de sua política econômica. Seu objetivo: reduzir o déficit comercial americano.

Os países reagiram de maneira distinta a suas ameaças: alguns anunciaram represálias, outros tentam apaziguar os ânimos.

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, garantiu que a União Europeia (UE) “vai responder” como fez durante o primeiro mandato do presidente americano.

– ‘Cooperação’ –

À época, a UE retaliou com taxas sobre produtos como o uísque bourbon e as motocicletas Harley-Davidson.

Na Alemanha, a locomotiva econômica europeia, o ministro de Economia e Clima Robert Habeck fez um chamado para “continuar o caminho da cooperação com os Estados Unidos”.

Até agora, Trump exerceu pressão sobre os parceiros dos Estados Unidos, mas também sobre seu grande rival, a China, que desde a terça-feira está sujeita a tarifas adicionais de 10%, além das que já existiam.

As medidas de represália chinesas de taxas seletivas sobre determinados produtos americanos entraram em vigor na segunda-feira (data local, domingo no Brasil).

Elas afetam 14 bilhões de dólares (R$ 80 bilhões) em produtos americanos, enquanto as tarifas anunciadas pelo presidente americano abrangem bens chineses avaliados em 525 bilhões de dólares (R$ 3 trilhões).

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, ressaltou nesta segunda que, para Pequim, “não há […] vencedor em uma guerra comercial e aduaneira”.

Há uma semana, Trump ameaçou México e Canadá com tarifas generalizadas de 25%, mas suspendeu a medida por um mês para negociar um acordo.

Quanto à China, desistiu de taxar como havia anunciado os pacotes de valor inferior a 800 dólares (R$ 4,6 mil), o que teria afetado plataformas como Shein e Temu.