O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira, 13, que calcula o PIB (Produto Interno Bruto) de 2024 com alta de 3,5%. Em documento, a pasta diz que o “ritmo de crescimento surpreendeu mais uma vez em 2024″ e que as surpresas positivas “refletiram o bom desempenho de setores cíclicos, motivados por impulsos positivos vindos do mercado de trabalho e crédito”.

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No boletim macrofiscal divulgado em novembro, a projeção era de 3,3% para 2024. O PIB oficial de 2024 será divulgado em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o 2025, o ministério espera uma desaceleração no crescimento da economia, com PIB aumentando 2,3%, repercutindo o ciclo contracionista da política monetária e fiscal. Segundo a pasta, a expectativa até novembro era de 2,5% para a expansão da economia neste ano, contudo, “o aumento na taxa de juros básica e o cenário conjuntural externo levaram à expectativa de menor ritmo de expansão da atividade em 2025”, aponta o documento.

“Veremos um crescimento econômico muito mais próximo do que apontamos como o PIB potencial não inflacionários”, afirmou Bernardo Mello, secretário especial da Fazenda. O secretário também pontou que “é natural” que o crescimento de 2025 seja menor, já que o resultado de 2024 “surpreendeu a todos”.

“É natural que um ano de crescimento mais forte seja seguido de outro mais moderado. E o que estamos projetando para 2025 não é um crescimento baixo”.

O percentual está em linha com a última projeção feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) no documento World Economic Outlook (WEO), de 2,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, e de 3,7% em 2024.

Com isso, a projeção do PIB do Brasil pela instituição fica abaixo da projeção de crescimento econômico global. A projeção para o crescimento econômico global é de 3,3% em 2025 e 2026, abaixo da média histórica (2000–19) de 3,7% – cenário que o FMI considera ‘divergente e incerto’.

Inflação

A Fazenda vê que a inflação medida pelo IPCA fechará 2025 em 4,8%. A projeção anterior, divulgada em novembro, era de 3,6%. O secretário Guilherme Mello diz esperar uma inflação menor dos alimentos em 2025 em relação a 2024. Segundo Mello, o recuo inflacionário seria pela melhora no câmbio, com valorização do real, e um mercado de trabalho menos apertado, mas ainda dinâmico.

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Cenário fiscal

O secretário destacou que em 2024 foi o primeiro ano de vigência do Novo Arcabouço Fiscal, e que a orientação da política fiscal foi “pró-consolidação”.

“A atuação fiscal do governo central no ano foi marcada pelo acompanhamento e controle do crescimento da despesa, em respeito ao limite imposto pelo NAF, e pela busca de atingimento da meta de resultado primário, sem comprometer o processo de inclusão social e a recuperação dos indicadores socioeconômicos em curso desde 2023”

Segundo a SPE, o resultado primário de 2024 registrou déficit de R$ 43 bilhões (-0,36% do PIB), considerando os créditos extraordinários que não são computados para fins de cumprimento da meta, e de R$ 11 bilhões, ou -0,1% do
PIB, quando se desconta esses créditos.

Do lado das despesas, o ano de 2024 registrou redução real de 0,7% no montante da despesa primária do governo
central em relação ao ano anterior.  Do lado das receitas, Mello destacou o crescimento da arrecadação federal no ano passado. Conforme dados da Receita Federal, a arrecadação total das receitas federais foi de R$ 2,65 trilhões, alta real de 9,62% em relação ao ano de 2023. A receita líquida atingiu 18,3% do PIB em 2024, frente a 17,4% do ano anterior.

Para 2025, o secretário diz que seguem os esforços para a continuidade “da busca por sustentabilidade fiscal, com foco no controle da dinâmica de crescimento das despesas de acordo com os limites do arcabouço fiscal”, assim como foco no atingimento da meta de resultado primário, na implementação das medidas aprovadas ao final de 2024.