14/02/2025 - 12:08
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira, 14, que existe um prêmio considerável de incerteza sobre políticas dos Estados Unidos e seu impacto. Ele reiterou, porém, a avaliação de que o Brasil pode ser relativamente menos afetado do que o México pelas medidas tarifárias do governo norte-americano.
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Ao observar que o Brasil está menos conectado aos EUA, Galípolo disse que há uma sensação por parte dos agentes de mercado de que uma política de tarifas mais pesada por Trump possa prejudicar o País menos do que o México, país que se beneficiou nos últimos anos do nearshoring.
“Perceba que há uma sutileza aqui, eu não estou dizendo que com as tarifas é melhor para o Brasil. Com certeza, não há dúvida de que em qualquer condição do comércio global é melhor não ter uma guerra tarifária. O que eu estou colocando aqui simplesmente é que no relativo, ou seja, comparativamente, talvez para o Brasil seja menos prejudicial do que, por exemplo, para o México”, comentou Galípolo durante reunião com empresários promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e em conjunto com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Em sua fala inicial, Galípolo também citou efeitos dissonantes da atuação dos bancos centrais no mundo, dado que os países estão em ciclos distintos. Ele pontuou que a dissipação de choques globais da pandemia foi seguida pela perda de sincronia das políticas monetárias.